
Foi em Maio deste ano que contei aqui a história de dois jovens que descobriram o amor numa estação de combóios de uma pequena cidade do interior. Porque, se por um lado, as carruagens da vida já ultrapassaram duas estações -estando prestes a chegar a uma outra, viagem mais que suficiente para que, de qualquer história de amor se possa averiguar da sua evolução, e por outro, de me sentir de certo modo responsável pela existência e qualidade de vida das personagens que neste espaço vou criando, delas procurei saber notícias de um percurso existencial sem a tutela protectora?! dos desvarios ficcionais do autor dos seus dias.
Rui -assim se chamava o jovem, filho de um chefe de estação de combóios, viajou de facto para a capital, estudou as teorias da representação e licenciou-se no teatro da vida. Dramaturgo de sucesso, tem peças representadas nas salas mais reclamadas do país e a comédia "O Chefe da Estação Finou-se", está em cena há dois anos no Cine-Teatro de Cernache de Cima. Alice -era a graça da empregada do anónimo salão de cabeleireiro da terra, por via das cartas que escrevia para familiares distantes, começou a perceber que a vocação para as letras era uma certeza onde não cabiam dúvidas. É hoje uma escritora premiada na área da literatura infanto-juvenil. Os títulos mais recentes de uma vasta obra são os incontornáveis "Alice no País das Ervilhas" e "O Gato das Portas". Ambos viajaram no mesmo combóio e não juraram amor eterno. Só para contrariarem o autor destes textos...
Ver o post (aqui mesmo ao lado direito, três espaços acima, em Archives) "A Estação sem Correspondência para o Amor" de 8 de Maio, 2006.
Verge de Lluc, Palma de Maiorca, 2006. Texto e foto de: Alberto Oliveira.