O MEU CAVALO DE BATALHA
Este é o meu estimado cavalo de batalha. Enorme, verticalmente (?) cavalar e sem recear lógicas sociais apoiadas na horizontalidade humana, e com quem tive um destes dias uma conversa muito séria, no local mais apropriado para o fazer sem sermos incomodados por terceiros: precisamente no meio do asfalto de uma antiga SCUT. Quando lhe perguntei «Queres ir comigo combater a crise?» olhou-me com frontalidade e desarmou-me com um relincho recheado de gozo. Depois, mais calmo, respondeu-me com outras questões «E quem monta quem?». Fez uma breve pausa arreganhando os enormes dentes, como quem se delicia com o efeito do que acabou de produzir sobre o meu frágil cabedal, para logo continuar «Vamos a trote ou a galope? Paramos no primeiro estábulo de serviço ou almoçaste antes de me fazeres o convite? E estás preparado mentalmente para defecar em andamento?» Este meu cavalo de batalha não me dá tréguas à mente nem me permite, em tempo útil, ser prestável ao meu país. E se o trocasse por uma mula?
2011. Foto de outrém, texto de Alberto Oliveira.
NOTA: O Papel de Fantasia chegou ao fim. O autor (Alberto Oliveira) escreve actualmente no Teclado Mágico. (otecladomagico.blogspot.com)
NOTA: O Papel de Fantasia chegou ao fim. O autor (Alberto Oliveira) escreve actualmente no Teclado Mágico. (otecladomagico.blogspot.com)