HÁ MOURO NA COSTA (11)
Alípio foi o último personagem desta história a receber o e-mail-convite de Jesualdo. Não sabendo fazer outra coisa na vida a não ser perseguir pessoas, admitia - democraticamente - que também o perseguissem a ele. Nas acções de formação que frequentou, aprendeu que nunca seria um bom profissional se fosse assaltado mentalmente, uma única vez que fosse, pela "mania da perseguição". Perseguir pessoas era um trabalho, não um sintoma patológico. Daí que, encarava com a maior naturalidade a perseguição anual que o fisco lhe movia, a perseguição mensal do proprietário da casa onde vivia, a perseguição quotidiana da sua colega de profissão Dolores (uma valenciana perseguidora incansável, cheia de carnes e de vontade de conviver mais de perto com Alípio), enfim, a um cortejo cujo séquito de perseguidores (pela sua extensão) não vale a pena continuar a referir neste texto, se juntava agora Jesualdo - nome que nada lhe dizia - mas que tinha o bom-gosto de o convidar para jantar. Tal como precisava de conhecer os hábitos de quem perseguia, do mesmo modo procurava perceber os usos e costumes deste seu perseguidor. Sem dúvida que, também por isso, aceitaria o convite. Mas antes, havia que finalizar a perseguição por um dia, que lhe tinha sido encomendada por um sexagenário descontrolado , a uma mulher maneta, que supostamente teria deitado as mãos ao pescoço (e a outras partes do corpo) de uma jovem que se encontrava regular e amigavelmente com o seu cliente. Depois, deixaria para trás o seu disfarce de vendedor da revista Cais. Foi nesses preparos, que o autor destas linhas o encontrou na rua do Sol ao Rato.
Prossegue continuando.
2009. Texto e foto de Alberto Oliveira.
30 Comments:
Ai ai ai ai ai, isto hoje não está nada legível, não senhor!!!!
Como é que a maneta deita as mãos ao pescoço? De aviar tão rápido, teria o Jesualdo - ou seria o Alípio? - trocado as mãos pelos pés? :))
Elucida-me, tira-me as dúvidas :)
Beijos e sorrisos e bom inicio de semana!
uma maneta com mãos???
venha de lá esse jantar que acredito vá ser repleto de emoções e histórias para nos contares
um beijo
Alípio, o perseguidor-perseguido, usa de disfarces muito bem conseguidos. Quem o reconheceria no seu papel de vendedor de cais acostáveis? Só a argúcia do autor permitiu o reconhecimento do personagem. Lá o esperamos no almoço que que algum trabalho lhe irá dar, suponho.
Para Arábica e uminuto:
"deitar as mãos a... ":
- iniciar um trabalho
- apropriar-se daquilo que não é seu
por exemplo. Sem mãos, andam os chavalecos de bicicleta. Por vezes, até ficarem sem dentes...
Beijos com sorrisos.
Eu sei que não se deve fazer isto, Alberto mas, para ser sicero, não me aguento.
Là vai:
Esta história vai ser azarada para o protagonista quando descobrir que a principal e mais contumaz perseguição é a da sua própria sombra.
Por uma única razão, despoletada pela valenciana:
Pois se o chico tem uma silhueta destas, tão guapa, tão garbosa, tão altiva que me destroça el corazon, o que não poderá ele vir a ter se me sentir nos meus braços a ouvir-me cantar «Non, non m'olvides porquê muero!»
Um abraço
Ai, de tantos seguimentos e perseguições a pior é a do fisco, o qual encontra sempre uma maneira de assaltar pelo caminho quem foge e quem não foge.
:)
Beijos
Pois é!!! Um bom profissional da perseguição tem de fingir e não pode ter a mania da perseguição... Agora fico na dúvida... Será que aquele, o já-cheira-mal, é um bom perseguidor? Pelo menos, finge (já de uma forma desgastada, é certo), que é perseguido constantemente... E como fugidor também não está nada mal, mas isso deve fazer parte do processo de fingimento de perseguido...
Para lélé:
´pera lá lélé! Esclarece-me, que tu sabes mais desta história que eu. Quem é o "já-cheira-mal"??
É que nas minhas histórias, as personagens até têm a mania da higiene. Tomam duche todos os dias, besuntam os sovacos com rólone e das águas de colónias mais perfumes ultramarinos nem queiras saber: usam até fartar.
De facto, chega a ser inacreditável a eficácia de alguns perseguidores...
L.B.
Só um cadinho, por favor, que já comento...
... questão de tomar algum fôlego da risada ao "Tó Manel que tem quarenta e oito anos e está a acabar o décimo-segundo" e ao imaginar da tua mais que tudo a "apanhar um cagaço dos antigos quando te descortinou as fuças cobertas de gelo" na arca frigo...
(és supimpa, tu!!!... ou então, serei eu que te acho uma graça desmedida, home!!!)
Continuado, para o que interessa:
Senhor autor destas linhas,
Venha o jantar!!!
Daqui a pouco estamos no Natal e convenhamos... tenho a família longe, saio no final da próxima semana.
Abraço... profundo (que obviamente, não sei como é)
estou em crer, querido alberto, que eu própria já lhe terei comprado uma revistinha :) um grande beijinho*
Uffffffffffffff nem sonhas os perseguidores de blogues que há; eu sou do teu, mas juro que sem "patologias" pelo menos diagnosticadas ...
Boa semana para ti.
Mouro e moura, que a foto é como o algodão: Não engana.
Pobre Alípio das perseguições! Havia de lhe calhar uma mulher maneta, como o assassino da esposa do Dr. Kimble, quando certamente lhe daria muito mais jeito uma mulher perneta!
Azares!
Esta saga continua maravilhosa, e cada vez promete mais.
Bravo!
E de perseguição em perseguição nunca mais chega o jantar!
;)
Admiro a calma ou será apenas aparente???
Estou deveras curiosa com o que vai acontecer no jantar...
Obrigada pela visita...
Beijos e abraços
Marta
Sempre uma fabulosa viagem
escrita com mestria
Quanto ao jantar sugiro
que não seja no natal
dá azar (dizem os descrentes)
Abraço
Há-de fazer o favor de me emprestar unhas, sim ? rrss
Um abraço.
de facto a rua do sol é linda,
os nomes, idem, solarengos,
quanto à perseguição
,nada demais
a questão da perseguição
é tão natural
que já nem damos conta,
ora vamos atrás dos outros
ora corremos a fugir,
natural como respirar, pois então,,,
e ainda bem que prossegue continuando,
apesar da naturalidade, há que
lhe contar assim
[ assim!! :)
os episódios!
beijo
~
A tua narrativa tem cá um suspense e umas personagens dignas de uma série policial daquelas que a televisão dá, fora de horas, para quem sofre de insónias!
Que mais irá acontecer ao Alípio?!
Aguardo as cenas seguintes, com uma enorme curiosidade.
Abraço
Caro Legível
Já sei, o Jesualdo vai dar uma grande festa e convida todos os conhecidos e os conhecidos dos conhecidos.
Digamos que o Alípio é uma personagem de bem com a vida, sem stresses e coisas do género.
Caramba, o autor sempre apanha as personagens a modos que de forma estranha :)
P.S. este comment foi feito à medida que ia lendo a história, daí parecer uma manta de retalhos :)
Prontus e depois do P.S. despeço-me :) Uma boa noite para si
Espero que se tenha munido de uns sapatos à medida.
Pela perseguição e pelas minas que se encontram no Rato.
Eu dei corda aos meus e só parei aqui. Porto seguro para os meus abs que não param de doer pela risota.
Fica bem. E prossegue. Que eu volto. E fico.
Boas Festas!!! Beijinhos :)
O Januário, a Dolores, o Alípio, a Eunice, já me parecem juízes juntos em conluio ou colóquio. Todos sim senhor, sim senhor, 'tou no ir e tal.
Quem dera que o Rato desse no Sol! Ou será ao contrário?
(ando sem imaginação nenhuma nestes natalinos continuados ...)
Mas o Kosta podia ser comigo, assim como o Nando dos frangos - o ambiente é inconfundível!
Um beijinho a vós, sejam "assim", risonhos que nos contagiam...
Para quem chega pela primeira vez, a trama não é imediatamente acessível, mas tem um ar de policial escrito num estilo novo, diferente. Gostei.
~CC~
desconfio que é na ceia de natal que o autor elimina todas as personagens, oferecendo a cada uma delas uma irrecusável fatia de blu ray.
marradinhas amistosas da bicharada do "pequeno jardim"
Que o Natal,
em lugar de ser apenas uma data,
seja um estado de espírito
a nos orientar a vida, permanentemente.
Os meus votos para ti e familiares de que este Natal traga alegria, paz e muita felicidade para todos os dias do Ano Novo.
Beijinhos
NOTA: este ano, nos meus 2 blogues, apresento 2 árvores de Natal (pinheiros) bem originais.
Convido-te a ornamentá-los com aquilo que achares que lá fica bem...pode ser bolinhas, fitinhas, palavrinhas e até pensamentos.
Caro Alberto, que o seu Natal tenha muito amor e prendas lindas e que 2010 seja tal como o deseja...tudo ao lado de quem (o)gosta, claro!
Um abraço.
Isto ja vai na 11 penso que perdi muito do enredo e nao so. Sabendo bem que o 11 tanto pode ser lido da esquerda para a direita como vice versa fiquei na duvida do baixo para cima e decidi nao me adentrar muito nos fasciculos da escritura e aguardar pela publicaçao de uma integral revista e comentada pelo autor com anotaçoes ao lado e indices remissivos... alem dos sempre muito interessantes e esclarecedores comentarios dos leitores deste cordel.
A coisa aqui nao esta de monta a grandes aventuras lecturo-escriticas devido a ausencia de marcas graficas nas teclas do computador do hotel e a interpolaçao constante e irritante do aviso do MS de que a memoria esta baixissima nao havendo memoria ja de uma memoria tao ana (ler anan)desde o tempo dos anoes do Velasquez ali di Prado e de outros problemas tecnicos que nao me impedem de prosseguir dado que no intervalo entre o pedido e a resposta no meu browser me permito ler mais um capitulo do livro massador que insisto em ler, para bem dos meus pecados, que a tradiçao mistica do povo em que me encontro encarnada no Greco e outros graffiteiros daquele tempo leva-me a crer que o sacrificio e a mortificaçao, abençoado seja o santo oficio, purifica a alma qual alcool menos espiritual nos liberta dos germes da gripe A.
Dados os condecionalismos expostos vou tentar ser breve ja que ate aqui fui muito sucinto e prometo que voltarei a fazer uma analise inteligente, como convem a ocasiao e e digna do meritoso autor da novela em apreço, bem como um comentario pertinente, que e o que se espera de uma pessoa como a deste comentarista a quem pertence o pretenso comentario.
Para o meu amigo autor e a comunidade dos meus amigos comentaristas que se sirvam de um pouco de tudo do cabaz de natal de boas vontades que se oferecem quase em exclusivo e em regime promocional nesta quadra do ano.
Beijinhos pra meninas e abraços para os gajos de acordo com os bons costumes.
Rui. E, por procuraçao, Rodrigo.
Ou vice-versa.
A aguardar a continuação prosseguida :-)
excelente!
aguardo a continuação
.
um beijo
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