GEOMETRIA DAS CIDADES COM ELÉCTRICOS
desci no elevador
de santa justa
justamente a tempo
d´alcançar a baixa pombalina
de austero traço geométrico.
na conceição ficou-me na retina
o amarelo-lento d´um eléctrico.
de nada me valeu estugar o passo
um eléctrico não se apanha com compasso.
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Lisboa, 2007. Poema e foto de Alberto Oliveira.
36 Comments:
e não vale mesmo de nada que o estugues
disso fiz eu um dia
há longos anos
corri ali ao Rato, desalmada
peguei-o de esgueilhilha
e o tipo foi-se
deixou-me estatelada na calçada!
por isso, tem cuidado!
demais, amigo
tu já nem para isso tens idade!
(e esta?! rss)
O título vale o post. Boa semana,
Eu sabia que os passos que dava eram de poeta, mas foi no amarelo-lento do eléctrico que lhe vi os olhos...
Espera pelo proximo... é a unica solução ou então deixa-te agraciar pela baixa pombalina q é linda...
Bjo carinhoso e boa semana
os eléctrico são como os comboios a vapor :)
feiToS de MaGia e LeNNN------Ti-dãO!!!
por isso não vale a pena apanhá-los em andamento...
mais vale ritualizar a espera e o prazer da chegada...:))
"Ficamos na mesma não
que eu tenho sempre resposta
Queremos é dar a mão
àqueles que a gente gosta!"
...a minha homenagem! O meu sorriso qundo te leio, igual ao teu, apaziguador e amigo, ligeiramente cómico, e nostálgico, quando tem de ser.. Este pequeno apontamento é dum amarelo-ouro, precioso! Bjinho
o meu :) sempre ao ler-te.
e é isso que eu gosto, o "amarelo-lento d´um eléctrico" que fica na retina.
beijo
Claro que não: um eléctrico só se apanha com tiralinhas!
(Fizeste-me lembrar o Eça. Aquele de Queirós, que a parágrafos finais dos Maias põe o Carlos e o Ega a correr para apanhar o "americano" depois de terem assentado na teoria definitiva da existência. E a Vieira da Silva, que era bem capaz de escrever o que pintaste ou vice-versa.)
Beijos muitos
em cima do estirador,
um compasso feérico,
num vértice, o elevador,
no outro, o amarelo eléctrico
não se apanha com compasso,
na cidade dos elevadores,
passeia-se a pé sem cansaço,
e sem ligar aos calores
querido legível. se soubesses como gostei do que escreveste. foi tão bonito o teu comentário. um poema. e adoro eléctricos. és especial, e eu tenho orgulho em ser tua amiga. beijinho grande. e um abraço.
Adenda: no teu comentário at my place, about Klimt, tenho uma respostita a ti, que gostarás, acho
Abç
Olá Alberto
Acho uma delícia este texto.
A beleza da capital reside tanto na possibilidade de, do alto de cada colina, de cada miradouro, até de elevadores, se mostrar, ser vista, sabendo quem assim a observa que é sempre lá em baixo, ao nível da respiração que verdadeiramente se amará a cidade.
Digo eu, que acabo de descer de um eléctrico!
Um abração
Poema furjado numa formidável arquitectura de passos e contrapassos.
Um abraço amigo
Pepe.
Gostei...evidente =zinhos de Londres! E nunca mais te confundo: em vez de me lembrar do Santo, lembrarei o Alberto Caeiro. Juro!
Beg your pardon.. e Abç
Que saudades de Lisboa.
Que saudades desses tempos. Fecho os olhos e vejo-me, de facto, na lentidão de um electrico amarelo - não aí mas por cá:
que saudades da viagem neles, do Castelo do Queijo ao Palácio de cristal com a Prima Russa e o Vô.
Dos electricos amarelos, a mais saudosa recordação que tenho é do tempo de crinaça que andava na pendura.
Bonito poema do teu falecido amigo, e uma não menos bela apresentação do Zen. Tudo se move sem se mexer, e o tempo do futuro não passa de tempo passado, que nós teimamos em não aceitar.
Um abraço. Augusto
Depois de lido o compasso
e o tira-linhas da Lia
que mais posso acrescentar
a esta geometria?
Quem sabe um velhinho "afia"
para a lápis desenhares
o ronceiro do amarelo
que lá do alto se via
e que fugia...
fugia...
Um beijinho.
Senti-me como se voltasse a andar de eléctrico, sentindo a brisa de Lisboa...Muito belo!
Belo poema!
Da nossa Lisboa - temos estes "quadros" lindos que lhe dão ainda mais luz___________mais beleza
Beijinhos com muito carinho
BSemana
Gosto de eletricos. E de poesias com eletricos...
Vale vir por aqui e ficar apreciando a compassos os velhos electricos que se acomodam nos ferros.
Agradecida pelos poeminhas. :)
Beijinhos
subi o elevador... o único que sobe... para descer tem que ser desmontado...
yayaya
excelente o teu comment, é de "male"
yayyaya
o d n a da cidade, dos eléctricos, da poesia, ou o teu ???
perfeito . delicioso
Só posso dizer que as ideias fugiram ou que as esgotei com tanto trabalho (que não acaba nunca)...
Que fique a certeza que aqui passei sempre... (mesmo que isso seja mais importante para mim do que para qualquer outro que aqui passa...)
Obrigada pelas palavras que aqui partilhas...
fantástico!!! adorei!!!! mesmo!!!!!! :)
não, realmente com compasso seria difícil apanhar um canário eléctrico... talvez à mão se consiga melhor... uns pirulitos nunca fizeram mal a ninguém!...
Um eléctrico chamado desejo...
Beijinhos*
querido amigo. espero-te bem. hoje senti a tua falta. nem imaginas. uma necessidade súbita de humor e risos. desses que sobem pela voz acima e nunca mais acabam. se por acaso tiveres uma dose na gaveta. favor embrulhar e enviar. pago com estima pessoal e muito afecto. um grande beijinho *
Caro Legível
Imagine que de repente fez-me lembrar que em 24 anos por cá nunca subi no elevador :( e já foram "milhentas" as vezes que passei ao lado dele e o vi sob essa perspectiva. Um dia destes faço questão de ir até lá acima.
Entretanto um eléctrico amarelo-lento rasga a geometria da baixa pombalina.
Tenha um bom dia
Gosto imenso destes teus posts! A construção parece ser mesmo simples mas ao mesmo tempo (e talvez por isso) têm um conteúdo fantástico! Queria por-te o desafio que me puseram também, o de responder àquela série de perguntas e publicar ou como comentário ou como post! Grande abraço
olha... o meu cronista favorito mudou de estilo!
austero o traço, era a época do realismo, não era? ou engano-me? já nem sei! tenho miolos torrados com o sol dos dois últimos dias. Por este andar ainda apanho um escaldão acelerado!
Adorei o ADN desta minha Cidade...mas sobretudo do da poesia.
Um eléctrico chamado desejo...
e olha que nem preciso de padre e de confessionário em nobre madeira
é verdade que quase falamos do mesmo, das pequenas maravilhas da cidade histórica.
Ficou muito bem o conjunto. A poesia que ilumina lugares não é para qualquer... é preciso saber LER.
:))))))))))))))brilhante inclinação.
_______________eléctrica.
como o percurso das suas viagens...
e sim os eléctricos não se apanham:
deixam.se "apanhar" a passo descompassado...
enorme abraço oh Escritor!!!!!!!!!!
e se fosse sexta, na chinesa devias almoçar!
O arroz de pato é um mimo e é sempre a aviar!
:)
é linda esta nossa lisboa!
:)
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