SEM TÍTULO
Detesto os títulos "Sem título". Pela omissão descarada, argumentando que a interpretação da obra cabe, em última instância, a quem a aprecia. Por não revelarem um pouco que seja, do produto colocado à frente do nariz do cidadão desprevenido, que começa logo por se interrogar descoroçoado «O que é que o homem quer dizer com isto?!» e quem sabe, sempre que se falar em arte, ligue para o melhor restaurante da cidade a marcar um jantar de arromba! Porque um texto "Sem título" vale o mesmo que um chouriço sem código de barras e revela as múltiplas fragilidades criativas do autor que se utiliza de má-fé deste expediente, para não perder mais tempo com o assunto.
Lamentavelmente, sou por uma vez, forçado a socorrer-me deste nefasto título mas por uma razão que considero válida; não posso com naturezas mortas .
Instalação(?!) e foto de: Alberto Oliveira.
50 Comments:
Aliás, mais vale dar-lhes um tiro do que deixá-las morrer aos poucos!... ;)
Repousa in Paz??!! mas o que é que nos queres dizer realmente?
Primeiro atiras com aquele blablabla do sem título; depois mostras o prato e as frutas todas coloridas! a seguir atiras com uma cruz às três pancadas??!!
Livra... cruzes canhoto! ó meu - nunca tinha ido a um funeral de frutas!
Ou seja, mais uma lição de vida: para tudo há sempre uma primeira vez... ;)
Tivesse eu a certeza que uma dessas maçãs era um Bravo de Esmolfe...Correria para o trincar.
Uma «Instalação» sem título ou com título é um desafio igual.
Há quadros ou peças esteticamente tão apelativas que chega a ser lamentável o título que receberam.
Por mim, sugeria-te o seguinte: descascava essa fruta, partia-a em bocadinhos, sobre o conjunto derramava 2/3 iogurtes naturais e servia uma colherada a todos os que tivessem deixado um comentário que numa escala de zero-aq-cinco tivessem merecido pelo menos 2 e meio!
Um abraço
Eu gosto de coisas sem título! O que mais me irrita quando escrevo alguma coisa é precisamente que me perguntem qual é o título - como se fosse a coisa mais importante a reter... e concordo com o jpd: há títulos absolutamente lamentáveis (que para mim resultam mais ou menos como encontrar alguém divinamente belo como um mau hálito diabólico).
Bj
(amanhã - ou hoje, melhor dizendo - vou estar com olheiras e cheia de sono por ter estado a espiolhar o teu blog até aos confins... mas valeu bem a pena: levo daqui uma pitada de inveja pelas tuas fotografias - são lindas! - e uma dose de sorrisos que me fazem sentir mais doce... realmente há muito pouca gente a escrever como tu: não só és absolutamente legível como irremediavelmente publicável! Vou voltar, claro. Bj)
Qual pode ser a melhor coisa do que a livre interpretação de algo. Quando vês um titulo algo te é imediatamente sugerido e ficas logo há espera de alguma coisa. Quando não te dão titulo não te sugerem nada e aquilo que vês ou lês terá a interpretação que desejares.
A interpretação do prato de frutas depende de quem olha e de que lado está a olhar, nunca de quem o lá colocou.
marinheiroaguadoce a navegar
... essa é uma natureza-morta capaz de levantar um moribundo...
Vale mais não ter título do que tentarmos a toda a força arranjar um, só porque tem de ser...É que o resultado pode ser desastroso!!!
...eu ñ entende essa animosidade com o título, 'tadinho dele!;-) ...em geral sai-me sempre um, quase sem dar por ele!, nc preciso de o buscar...depois, se bate a bota com a perdigota, isso já é outra estória q ñ me preocupa minimamente!... outras vezes faço questão de ñ colocar, mesmo, nenhum!
...por isso, deixem lá o coitadinho do titulozinho ter direito à existência, 'tadinho!
Amigo Legível , tinha eu ja a caçarola do arroz ao lume quando vim ler o teu post novo...e pronto...fica o arroz doce que te estava a preparar (perfumado com a casca de limão da Segurademim, claro!)sem efeito.Pois que se trata de uma natureza morta não concordas?Tudo ali é natureza e morto...o arroz, o leite, os ovos, o limão...o açucar...
Nem eu!!!Detesto "naturezas mortas" ...muito mais essas bananas com um ar....moribundo.Bananas...o que é que eu ia a dizer?
Mas acho uma obra prima (filha e neta ou neto porque é uma inovação)esse pratinho com as ditas cujas, com a cruz.Sagrada cruz dos descanso dos mortos que dá toda a originalidade e , curiosamente a frescura de juventude dessa natureza morta que agora sim, não me dá uma sensação de obrigatoriedade de comer fruta enquanto me passeio por uma qualquer exposição de pintura .Mas a cruz, fica-lhe mesmo a matar...por falar em matar, quer acredites quer não, vou ver o filme do "Padre Amaro" com o padre da minha escolinha.
Ah!Deixa-me que te diga:o regresso à imagem aqui no blog, só te fica bem e trouxe um toque de originalidade delicioso.;)
Para mim é uma natureza morta e enterrada por um ente querido que, de alguma forma, lhe nutria algum carinho, ao ponto de assinalar a sua última morada, espetando auma estaca ou tabuleta em forma de crucifixo.
…ou então a natureza morta foi enterrada muito à superfície e a estaca foi para se certificar que ficaria ali, enterrada e morta.
Mas convenhamos. É uma natureza morta que fertilizou a terra ao ponto de dar frutos sem árvore. Ainda por cima bananas e maçãs… e um prato de fiança…
Gosto do prato, do canelado…
:)
BJ GR e bom fim-de-semana.
(ainda estive para te dar uma lição de estática, mas achei melhor não…)
Note-se, que se trata de uma instalação plena de religiosidade. Além da simbologia cristã utilizada, em termos formais, a colocação das frutas obedece a uma morfologia típica da representação do Calvário…
É sem dúvida um trabalho de um artista promissor.
O titulo agora nem interessa nada, com a fome ke tou bem ke comia uma peça de fruta, e depois lhe atribuia titulo...
" Come-se mt bem ao natural"
;)
Gostei. Nunca tinha visto a coisa dessa forma. Vou 'linkar-te' no Subversos :)
Poi repousem em paz antes que alguém os coma!
Hum até que faz sentido.Sem titulo...
Para sotavento:
Mas já abriu a época venatória?!
Para segurademim:
As tuas interrogações são tão legítimas como serão as "minhas propostas artísticas".
A "minha primeira vez" com uma maçã, já foi há tanto tempo que me esqueci; as bananas, não são definitivamente um fruto da minha preferência.
Para jpd:
Já de boa catadura (não há como um fim de semana com chuva para ficar bem disposto), opino que "há desafios e desafios" (o de amanhã vai ser crucial para as nossas cores depois da escorregadela?! de hoje dos "encarnados") e que as opções são mais que muitas (felizmente!) no variado campo das artes.
Um artista plástico, tal como o imagino..., deve ser aquilo que se chama o "artista completo"; quem, por via de um título, desvirtua uma obra, deve procurar outro "ofício".
Agradeço a tua sugestão -suponho eu porque já te chegaram notícias que sou óptimo a "distribuir fruta" (e com que gosto o faço,para com os "mais necessitados"!), mas declino valorar os meus simpáticos leitores e amigos.
Abração.
Para lia c:
Já percebi que não morres de amores pela "monarquia" pois "títulos" não são contigo. Também já percebi que vou "gastar o meu latim" quase todo, a defender o título do post que em má hora?! tive a ideia de editar.
So não percebo, pois já "ando nisto do virtual" há um tempinho jeitoso, porque carga d´água nunca me perguntaram (e aos outros, e aos outros) qual é "a ideia" de dar títulos aos textos que escrevo.
De resto, estou estupefacto!; como é que adivinhaste que não escovo os dentes?!
Para lia c:
Acho bem que voltes! Para (pelo menos) leres os títulos dos meus posts.
Benvinda a este canto que se pretende de boa-disposição.
Bj.
Para marco ferreira:
A liberdade de interpretação inicia-se pelo autor da obra; sem ele não há produto artístico... com ou sem título.
A liberdade de interpretação de um produto artístico, não deve ser afectada por possuir (ou não) um título O que acontece por vezes, é que os títulos podem ser péssimos. Mas raras vezes, um mau título vai de braço dado com uma boa obra*.
Neste post não pretendo defender "obras tituladas ou não"; se assim fosse... teria imaginado outro título. O miolo do texto, é uma ironia pegada para fazer... jus ao título.
* Excepção feita à tradução?! livre dos títulos de uma grande parte de filmes de idioma estrangeiro que passam em Portugal.
Para batista filho:
As "naturezas mortas têm destas contradições... menos funestas.
Abraço.
Para maria papoila:
Nunca se deve forçar a nota quando se faz algo com prazer. Daí os "tempos de pausa ou de reflexão" sejam tão caros* aos artistas.
* Que naturalmente se refletem nos impostos...
Para amok_she:
Penso que não exista nenhuma "animosidade", seja de quem fôr, num blog que se pretende de boa-disposição e, por isso mesmo, não-gerador de material polémico.
Mas percebe-se que és defensora "dos títulos-tadinhos-deles e dos não-títulos-quando-calha".
Para manuel:
Estava podre de bicho!
Uma vez que não pudeste vir ao funeral, aviso-te quando fôr a missa do sétimo dia.
Abraços.
Para i&c:
Amiga:
Já lá fui provar do teu arroz-doce-morto. Estava de tal modo que repeti e... repeti; e como é meu hábito, lambi os pratos. Nem um grão ficou... nem daqueles mais pequeninos como a Amália* cantava "o meu amor é pequenino como um grão de arroz..."; infelizmente, a censura daqueles tempos não lhe permitia acrescentar à letra, se era "doce" ou não. Mas calculo que sim.
Para nia:
O título do filme é "O padre Amaro" ou "O Crime do Padre Amaro"?
E vais com o padre da "tua escolinha"?
Mas tu estás numa escola ou num convento?
Sabes que sou um homem moderno; não me fazem qualquer confusão as ligações que cada um entende ter ou frequentar os locais que mais lhe agradem. Mas "ir ao cinema com um padre" e ver um filme que a fazer fé no livro...
Olha, depois diz-me se gostaste... do filme, como é evidente. Gostei de te rever "nessa margem". Aliás, gosto sempre.
Para salsolakali:
Uma análise sagaz e que revela a perita de arte (Não; está descansada. Não é a velha e estafada história da "familiar" da pera) a acompanhar numa visita guiada aqui ao blog, um grupo de visitantes algo "inquietos" com a "obra" que têm pela frente.
Aguardo estático, se assim o entenderes, a tua lição; aprender com os conhecedores, sempre !
BJ e um bom domingo, que o sábado está a findar.
Para salsolakali:
Do Calvário?! desculpa contrariar-te, mas acho que foi mais para os lados da Ajuda!
A mim dá-me a impressão que o artista que opinas ser promissor tem pinta de agricultor... que os "materiais" que utiliza...
Como é que te atreves a dizer que títulos não são comigo, han? Eu até faço títulos lindos e grandes e gordos só para deixar o pessoal contente! E há títulos e títulos, tal como há certificados e certificados e parafusos e alfinetes.... mas não sou monárquica, realmente. Apesar disso penso que editaste o post a uma boa hora, o que me parece simpático da minha parte.
Quanto à ideia de dares títulos aos textos que escreves também me parece bem... se não o fizeres (como não faz muita gente) ali aquela coisa dos previous posts no sidebar fica muitíssimo estranha, com o texto a servir de título. Isto quer dizer que os títulos são muito importantes para o sistema, e a gente tem que se conformar...
Quanto ao resto nem sei que te diga: eu uso uma bola de cristal, mas por acaso não estava a falar de ti. Se bem que o facto de não acentuares o i dê uma pista muito valiosa relativamente à qualidade da tua higiene oral. Isso e o seres divinamente belo, claro!
(E sim, voltarei - mas não penses que te escapas só com uma leitura de títulos e posts... e isto é mesmo uma ameaça!)
Bjs
Para lagoa azul:
Se tens fome, serve-te à vontade que quando acabarem essas vou buscar mais.
E podes comer como quiseres; que aqui não somos de etiquetas, nem de rótulos... ou títulos.
Para vostradeis:
Há sempre formas diversas de ver "a coisa". Menos os cegos, que é mais pelo tacto.
E isso do "linkar" faz doer? Se não é para me dar cabo do esqueleto, tudo bem.
Para ugaju:
Estás a ver?! Quem é amigo, quem é?
São "ambos os mesmos"!
(Admiro este visitante; um extraordinário amigo das artes. Vem do longínquo Alentejo -demora quase seis horas para cá e outras para lá e está aqui na galeria dois minutos. Depois dizem que eles são vagarosos...)
Para manhã:
A hà muito tempo que essas "peças de arte" repousam na barriga de alguém...
Para piedade araujo sol:
Pois faz; sentido único... prá cova!
Para lia c:
Fico mais descansado por "não estares a falar de mim"?!
(há conversas cruzadas aqui e eu sou o último a saber...)
Claro que são! Os títulos são muito importantes para o sistema. Estás a falar dos titulos do tesouro, pois claro!
Eu tenho uma bola de borracha que era do meu cão que morreu atropelado por uma bicicleta desgovernada. Ele (o cão; era assim que se chamava, nem mais:"o cão") detestava bolas de cristal pois não queria saber com antecedência que uma bicicleta desgovernada lhe ia tirar a vida. Tás a ver o que me foste lembrar?! Agora estou para aqui a chorar desalmadamente por causa do meu cão morto! Já não chegavam as naturezas mortas. Isto está tudo morto. Até eu estou morto de sono.
Não me ameaces!
Bjs.
...eu sou uma eterna defensora de todos os 'tadinhos deste mundo... para que conste! ...sem animosidade, ou com ela se for preciso!!!
...tenho dito...
:->
:-*
...e olha lá!...'tá mais q na altura de produzires outra posta...afinal de contas pra q'é q te pagam????;-)
...pronto!, vá lá...podes deixar o titulozinho em branco...vá, benesses de fds!;-)
Não me lembrava que eram do tesouro, foi por isso que falei nos certificados... se bem que títulos de aforro me pareça boa ideia.
O problema é que não a usas. A bola, claro, a de borracha. Eu uso a de cristal e por isso sei muita coisa e até ensino se pagarem bem em títulos. Do tesouro. A quem estiver interessado vendo também o meu contacto, o telefónico. [pronto, é assim que elas acontecem: de repente lembrei-me de lente de contacto telefónico. mas essa dou-te, com ponte e pente e tudo]. E agora perdi-me, só me lembro de que estás morto e a chorar desalmadamente (já reparaste que há quem diga desalamadamente? e desabaladamente? eu detesto a ideia de desabalar) e a pedir para eu não te ameçar. Não ameaço, cumpro. E agora vou trabalhar mais um bocado.
Bjs
e para a Amok: eu também defendo todos os tadinhos deste mundo e alguns dos arredores, mas títulos é que não! E se lesses os comentários do meu blog (esta é uma das minhas indirectas mais subtis, tás a ver?) já sabias que o senhor só escreve de 3 em 3 dias... amanhã deve haver novidades!
Bj
Para amok_she:
Hoje não foste ao cinema, está visto!
A Lia C. conveceu-te a tomar conta dos miudos, não? Mas como é possível, se tu moras no Seixal e ela no Sabe-se lá onde que ainda é mais distante que o Longe como Tudo?!
Tens razão. Hoje é o dia de sair o meu post, mas até às onze e cinquenta e nove ainda é domingo. E a criatividade "em cima da hora" é um problema do arco da velha. Podes crer. Irei tratar do "assunto".
Para lia c:
Se eu estivesse morto e a chorar desalmadamente hoje não haveria post.
Neste preciso momento, estou a puxar pela cabeça para ver se sái alguma coisa. Isto é perigosíssimo; ainda fico sem algum apêndice facial!
O melhor é jantar primeiro, que escrever de barriga vazia, não é nada bom. Sobre os títulos, voltaremos a falar mais tarde... se eu não me fizer esquecido que é uma das minhas melhores habilidades.
Bjs.
... estás com algum problema digestivo? é que é quase meio da noite e ainda não se vê nada!
[não tens grande sorte, porque uma das minhas melhores habilidades é lembrar os outros de que se esqueceram... quando não me esqueço.]
bjs
Para lia c:
Não me importo de te explicar, uma vez que o teu "instinto de perseguição" é notável...
Acabei agora mesmo de publicar o post (22 horas). A foto, tinha-a feito de manhã; o texto deu-me um trabalhão para... equilibrar (em número de linhas!) os parágrafos.
Ah! Só mais uma coisinha; tem título. Não te importas, pois não?!
Bjs.
...esta gente é doida...varrida!!! eheheheheh
Para amok_she:
O que esperavas? MILAGRES?!
Não, gostei do título. Repara na vírgula, ali no sítio exacto, viste? Quem é amiga, quem é?!
Bjs
Para lia c:
Só podias! Eu também sou amigo de quem meu amigo é.
Mas às vezes sobe-me a mostarda ao nariz*. Ou será o quétechape?!
* Só quando me tramam; que eu porto-me sempre muito bem. Sempre não será bem o caso. Mas por vezes estico-me um pedaço e nem sempre se percebe "onde quero chegar" e está o caldo entornado. Já tem acontecido mas não perco a compostura. Digo o que me vai na alma e prontos.
(Mas que raio de conversa esta... Comporta-te Legível...)
Bjs.
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