ROTEIRO
É ao chegares antes de partir
que te descubro mais
cada vez mais;
em ti há sempre algo a descobrir
(é esse o teu segredo ou coisa tua)
que me seduz apaixona e me anima.
Quando do outro lado da rua
rodopias sobre ti mesma
para mostrares, feminina,
a última roupa que compraste
ou na passada leve de cetim
que pisa as irregulares pedras do passeio
e que te trazem até mim.
Aproximas-te e revelas-te sem receio,
sorris sem do futuro receares
(que se perfila inquietante);
e tu cada vez mais próxima
e eu...menos distante.
A tua fome de viver é tão presente
que ao caminhares ao meu encontro
já a pressinto já se sente.
E eu viajo-me em ti.
De: Legível
que te descubro mais
cada vez mais;
em ti há sempre algo a descobrir
(é esse o teu segredo ou coisa tua)
que me seduz apaixona e me anima.
Quando do outro lado da rua
rodopias sobre ti mesma
para mostrares, feminina,
a última roupa que compraste
ou na passada leve de cetim
que pisa as irregulares pedras do passeio
e que te trazem até mim.
Aproximas-te e revelas-te sem receio,
sorris sem do futuro receares
(que se perfila inquietante);
e tu cada vez mais próxima
e eu...menos distante.
A tua fome de viver é tão presente
que ao caminhares ao meu encontro
já a pressinto já se sente.
E eu viajo-me em ti.
De: Legível
31 Comments:
Gostei do fim. Muito poético;)
"em ti há sempre algo a descobrir"...e enquanto houver é muito bom! É o segredo da eternidade , não é?.Um bom fim de semana ,pleno de descobertas!!
E eu fico deliciado com esta excelente performance deste meu estimado Legível.
Um grande abração
... humm, um roteiro bem recheado, de desafios, caminhos com futuro, novidades??!!
apetite parece não faltar...
e qual cãozinho de pavlov também fiquei cheia de fome, quero mais... poemas, claro!!
Muito bom, gostei prá caramba...
bom fim-de-semana
Por falar em "fome"..queres ir lanchar comigo?
Ainda não posso comer muito bem porque ainda me queixo do tratamento desumano que o dentista me fez , depois de anteontem eu ter partido um dente a comer um raio (e corisco) de um torresmo alentejano, rijo como cornos!Cornos de um carneiro alentejano!
Ai desculpaaaaa...este poema está tão bonito (a sérioooo) e eu virei-me para o mais trivial da mensagem "fome"...eu sei que falavas de outra "fome" mas eu neste momento penível do meu estado psicológico , só me lembro de chocolates (e nunca mais de torresmos alentejanos!!!Bem..quem sabe se for uma açorda com coentros talvez seja melhor e assim.)
Mas a outra "fome" de que falavas...fome de alma, eu sei...mas a alma, penso eu , deve ser um bocadito assim leve como "molotof" (nada de cocktail molotof porque esse é assim a modos que um bocadito "pesado")...É mais assim como um daqueles bolinhos brancos..."suspiros" (?)Mas que digo Santo Cristo???Juro que não sou tal e qual assim...deve ser ainda do efeito da anestesia lá no raio do dentista...Ai dentista..ai dente..outra vez a fome-fome...
Pssst...queres lanchar comigo? ;)
É engraçado que as formas literárias, nunca se manifestam com apenas uma face. É bom poder ver que tens mais do que a que mostras e que ambas são de igual qualidade.
...e espero que ela também. Na reciprocidade se faz a paixão, seja ela qual seja. Tal como também só em reciprocidade poderemos descobrir no outro algo verdadeiramente fascinante, e é nesta dialéctica, é havendo dialéctica, que as relações se constroem e o respeito (do espaço/pessoa do outro) perdura. Havendo respeito à amizade, amor, o que lhe quiseres chamar!
Abraço mixed by Whisky.
está muito bonito. almas gémeas, são difíceis de encontrar... :) *
Gostei muito, a sério!
Há uma sensação de inocência e de pureza cativantes! Há uma incorruptabilidade ... (às tantas, inventei agora um neologismo :o))
Está óptimo!!
Que belo arranjo de flores... a exalar dos teus versos, que a par e passo com o sonho se vive e com a vida que se sonha - "Aproximas-te e revelas-te sem receio...".
Gostei, de coração, amigo.
Errata: "... com o sonho que se vive..."
Para pé:
Os princípios e os meios, servem os fins...
Para i&c:
É pois! (o segredo da eternidade); os meus noventa e oito anos de idade, atestam-no...
O fim de semana passou e descobri que hoje é...o princípio de outra.
Para jpd:
Que te hei-de responder? Que também me delicio com os teus comments favoráveis às minhas humildes letras? Claro!
Mas creio que deva ter alguma contenção verbal nestas questões; não aconteça -a quem por aqui passa, imaginar-nos em alguma negociata do ramo alimentar.
Abração.
Para segurademim:
Irei (quem sabe?! que o futuro a deus pertence...) de quando em vez -e assim a musa esteja disponível...abalançar-me a tais percursos.
Embora pareça frase feita, gostei que tivesses gostado.
Não sabia que o ponta-de-lança do Torpedo de Moscovo tinha um cãozinho....
Para nia:
Isso são perguntas que se façam?!
Pequeno-almoçar, almoçar, lanchar, jantar ou cear, são os verbos que conjugo com maior facilidade e...gosto.
Assim que tiveres o dente em forma, combinaremos.
Sobre a fome d´alma, será melhor não irmos por tais caminhos...Porquê?! É simples: a minha alma tem andado parva...de riso.
Para vodka e valium 10:
Simpáticas palavras as tuas. Mas devo confessar-te que este poema só foi possível, porque a presidente do meu clube de fãs, ameaçou dissolver o mesmo, se eu não editasse qualquer coisa assim mais pró romântico...
Pressionado, não tive outro remédio; aliás, nem farmácia tenho aqui próximo da porta...
Para bacardiman aka spiritman:
Também creio que sim; e mais: já me prometeram que este natal me vão oferecer uma embalagem com dialéctica (substitui perfeitamente o after-shave) e outra de reciprocidade (coisa que nunca usei mas de certo que deve trazer livrinho com instruções...).
Um abraço...sem ironia.
Para rita:
Por vezes encontram-se; não é fácil mas o cinema e a literatura...de cordel, dão uma ajuda.
Fazes ideia do que é viver com uma alma gémea?!. Eu acho que deve ser uma monotonia dolorosa...
Para algodão:
Tens razão sobre a inocência e a pureza.
Este poema, estava esquecido numa gaveta do meu antigo quarto na casa dos meus pais; fi-lo com a tenra idade de nove anos.
(Acho que devia ter esclarecido este ponto no final do post...)
Não acredites em tudo o que escrevo; ou quase nada...
Para batista filho:
Por vezes as coisas saem com mais facilidade...que outras. Até eu fico surpreendido comigo. E depois pergunto-me «Porque que não segui a carreira das letras?! Um emprego na banca ou nos correios?!». Não senhor; tinha mesmo de seguir a vocação de tratar das almas: Coveiro no cemitério dos Prazeres*
* Cemitério situado na cidade de Lisboa.
Abraço amigo e bem-disposto.
Para manuel:
Bem o desejava! E o que eu gostaria de ter praticado basquetebol. Nunca fui aceite por causa da altura...
Abraços.
Sabes, Legível, para mim, ler o que os outros escrevem não é acreditar no que escrevem. Ao ler o teu texto, fiz o mesmo processo de sempre: sentir o texto. E o que senti foi a tal inocência.
Se ela era verdadeira ou não, em ti... isso não importa (pelo menos, eu nunca penso nisso, quando leio o texto de outrém). Mas o que transmitiu foi isso.
E gostei, também, pelo registo gráfico que ficou :o)).
Um belo texto!
Para algodão:
(Legivel em registo sério ou...mais formal.)
Agradeço as tuas palavras sobre o post.
Espero bem que quem me lê utilize a tua estratégia, que é a forma mais correcta de o fazer.
Ao contrário do que geralmente se afirma -"a minha vida daria um livro ou um filme"..., a minha nem por isso. Daí, a advertência...irónica.
Poderia dissertar aqui, mas não o vou fazer. Em vez disso deixo apenas isto:
Gostei. :o)
...lindíssimo Legível.
És um gajo muito romântico...
E essa moçoila é uma afortunada
…e tu também.
;)
BJ SK
Para salsolakali:
Sou?!
Se tu o dizes...aceito, agradeço e transmito o recado à afortunada
Bjs.
Para universalista:
Podes dissertar aqui...quando te apetecer.
Benvindo!
Para m.btfly:
Desculpa lá, mas a tua amargura é tanta que nem dás conta do pessoal que anda aí de dedo esticado à beira da estrada...
Beijos.
Adorei ler-te assim. E não consigo dizer mais nada... :) Sinto-me bem por aqui.
Bjinhos
"...Quando do outro lado da rua
rodopias sobre ti mesma
para mostrares, feminina,
a última roupa que compraste
ou na passada leve de cetim
que pisa as irregulares pedras do passeio
e que te trazem até mim.
Aproximas-te e revelas-te sem receio,
sorris sem do futuro receares
(que se perfila inquietante);
e tu cada vez mais próxima
e eu...menos distante.
A tua fome de viver é tão presente
que ao caminhares ao meu encontro
já a pressinto já se sente.
E eu viajo-me em ti."
ler-te é (re)viver palavras fadadas em momentos de poesia...
Um abraço e FELIZ PÁSCOA ;)
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