PRENUNCIAR O FIM
É mais fácil descobrir uma agulha num palheiro que anunciar com exactidão o fim de qualquer coisa. Por exemplo, o último acordo ortográfico luso-brasileiro decretou que a palavra exactidão se passe a escrever exatidão . Mas quanto tempo decorrerá exactamente até que o último defensor de uma grafia que aprendeu a amar desde tenra idade, se fine? E o Mundo (assim era designado o planeta Terra pelos menos letrados na altura em que abri os olhos para esse mesmo Mundo) quando acaba? O "Mundo" tem sobrevivido àqueles que ao longo dos tempos foram anunciando o seu fim, chegando ao cúmulo de vaticinar o dia certo... Quem pode afirmar com convicção que o Futebol Clube do Porto será enfim vice-campeão da Liga na próxima época ou que Cordélia e Afrânio, meus vizinhos do sexto andar, ponham um ponto final na sua infernal relação que se arrasta há quarenta penosos anos, no dia tantos do mês tal? "E a crise? o seu fim tem data marcada?" perguntarão vocês, estimados leitores das minhas humildes letras, tentando simpaticamente descortinar "... quando é que, finalmente, editas um texto-do-teu-sentir em vez de mandares recados pelas tuas personagens?" Quem se atreve a prever o fim de uma crise que nem sequer afectou alguns e sempre tem vivido paredes meias com muitos? ou que, a fantasia pode ter limites e o fim de qualquer coisa pode muito bem ser o início de outra, não é verdade? respondo eu com outras tantas questões que não esclarecem coisíssima nenhuma e tendo sempre presente que o fim pode chegar em qualquer momento quando, por princípio, menos se espera por ele.
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Legível leu e releu o texto, nem sequer se preocupou com a ortografia e disse para com ele "Com isto acaba-se de uma vez por todas com dúvidas e especulações e já posso dormir descansado. Quer dizer, quando fôr horas disso... "
.................................................................................................... e para ter outros fins em vista sugere-se a visita a http://www.minguante.com/?pag=entrada. A entrada é grátis todos os dias da semana: úteis e inúteis.
2009. Foto e texto de Alberto Oliveira.
42 Comments:
O fim de qualquer coisa traz sempre o início de outra...quanto à fantasia, não, esta não tem limites nem fim...pelo menos é o que me diz esta minha tenra idade...:)
bjitos
BRAVO!!!
Abraço.
:) é impossível não sorrir ao ler. és um fabuloso cronista, legível. o meu abraço.
... Estava aqui a pensar, e se mandassemos "quem gosta de anunciar o fim" para a aquele solário para os que sofrem das articulações? Pode ser que também lhes fizesse bem!
:)
p.s. acho que te esqueceste de referir aqueles canais tv que andam meses a anunciar os últimos episódios de uma telenovela que nunca mais acaba!
...fizeste-me lembrar aquele senhor que, na sua infinita sabedoria, respondeu a uma determinada pergunta de um entrevistador : "Ainda bem que me fez essa pergunta, na medida em que eu também não lhe sei responder" Aposto que também os dois dormiram muito mais descansados, esclarecidos e sem dúvidas. Eu, por outro lado, já vou ter as minhas dificuldades...e se, de repente, houver qualquer coisa que acabe ou começe e me apanha a dormir???
.________querido Alberto
com o teu "humor" vais dando "dentadas" onde é preciso_____e bem-preciso. à laia de "aCto.cirúrgico"
_____pois que viva a FANTASIA!!! a ela____não se impõe limites:=)
.excelente - como sempre
______________///
beijO_____ternO
bFsemana
Já estava preocupada com o circulo de giz arrastado mas vejo que resolveste, apenas, passar à forma de elipse. Fica-te bem a nova decoração!
Aquela ali de cima sou eu, embora vá dar a outro sitio.
Eu e a guerra do google!
Vamos lá ver se agora sai certo.
Que tal?
E o raça da pilantra que não aparece!
Belo, como sempre nos habituaste.
Beijo muito terno.
Obrigado pelas tuas palavras doces.
... já estou farta da crise
ainda bem que o final está próximo.
e se tu o dizes...
luto? parece que também está a mudar, tem novas cores segundo dizem os entendidos
Não há crise que não dê em fartura!
Pena ter ido à final!
E vou assinar de cruz que é o que dá menos trabalho.
ai,
sus
pensão
...
crio
génica ?!! :)
beijo
~
Para Samartaime:
"Que tal?" Isso pergunta-se? ainda não fui lá mas decerto que só pode estar uma beleza. Que o teu gosto estético não se questiona.
(Lá está ele a treinar-se para as campanhas, o aldrabão... )
Ah...também preciso de óculos e sou do tempo em que se escrevia nos vidros
"se uma janela o incomoda aberta, peça ao condutor que a feche"
Por isso, esses pronunciantes de ccs que se danem e continuem a prenunciá-los, a denunciá-los, como aprenderam na velha escola, à réguada (não leva assento? mas levará acento? estou a ressentir-me de tantos ???)
Estamos muito questionáveis, cá e lá - qualquer dia ainda nos descartam, quer dizer, tiram-nos as cartas e acaba-se a jogatina!
Beijinhos aos pombinhos desse andar que por este andar, ainda festejarão as bodas de diamante!
que venha o fim, sim, que hoje quero recomeçar!
Brilhante, sim!
Eu continuarei escrevendo como aprendi há muitos e muitos anos, quando ainda se respeitava a língua.
Uma feliz semana.
Fim? Fim? Cá para mim não há fins, há transformações e variados princípios...
...e eu seja ceguinha se isto, como dizia o outro, não é o principio de uma grande amizade!
...e já me fizeste dar uma boa gargalhada há pouco(à cause des anches)!
estou para aqui a pensar porque raio fui atrás do link gratuito. e essas perguntas todas não se fazem só no café?
amigo legível,
só não queremos que anuncies para breve o fim deste blogue. viajamos, seguindo as tuas indicações, até minguante e, depois do curto, no entanto aprazível, passeio, cá estamos de regresso, para te deixar umas marradinhas amistosas.
já disse à Humana que um dia destes tem de postar lá no jardim o retrato do "gato finguelinhas"...
Compadre, não era cá nem lá, era aquela dos putos, do capilé e da groselha!
Mas estou em pulgas para ir à Tasca Beat - se for na rua, melhor!
Se vocês providenciarem o garrafão, eu vou daqui com a caixa das sardinhas e roubo uns pimentos pelo caminho. O resto fica por conta da Segura! eh eh eh
Alberto,
que as tuas personagens, por quem mandas recados, nunca tenham um fim exacto.
A terra pode ser mundo, o mundo pode ser para os iletrados, agora papel sem fantasia é que não me parece possível, na exactidão do serviço público prestado.
:)
Abraços, risos e muitos links :)
Ou drinks. ;))
Obrigado meu amigo,
grande abraço.
p.s. Talvez não esteja lá, mas vale a pena visitar...depois de Vigo vai para o Porto...se ninguém a comprar ;)
Para Teresa Durães:
Tu sabes bem que não sou rapaz de fazer perguntas indiscretas. Fico-me pelas meras "Tem horas que me diga?" (e ando sempre de relógio) ou "Não se importa de tirar o chapéu que o filme já começou há mais de meia-hora e ainda não consegui ver a cara da Kate Winslet?"
Por outro lado, também sabes que não tomo cafés, não como restaurantes nem mordisco pastelarias. Quanto muito, bebo umas cervejarias.
Quem faz as perguntas é o Alberto Oliveira. Eu só assino.
Ai que apanhei cá um susto... O senhor tem cada brincadeira. Valha-nos a Senhora de Fátima que fica lá para os lados do Verdelhal. Conhece?
Para dona tela:
Então não conheço?! como as palmas da minha mão. Estive lá recentemente a rir. A rir de quê?! mas é preciso haver um motivo para uma pessoa se rir?? Ó Dona Tela...
Gosto dos teus recados, sobretudo sem acordo ortográfico...
Já passei por mínimas mudanças ortográficas, mas tudo o que é a mais perturba-me!
Abraço
o fim está próximo do princípio...
por exemplo... quando estou a ordenhar as minhas ovelhas, quando termino... é o princípio de um grande queijo...
jajajaja
e para o meu fim... já tenho um tinto de eleição... para quem me carregar... claro está...
abrazo serrano e europeo
Eu cá que sou frontalmente contra o acordo ortográfico e que até ao (meu) fim hei-de continuar a escrever como aprendi na Primária (ah, pois é! Ainda se chamava primária e recebía-se um relógio de pulso com a passagem da 4ª classe. E por ser mesmo do contra vou sempre fazer de conta que não fim. (Não me voltam a enganar com o ano 2000).
E porque não deves esperar, deixo-te um beijo.
ahahahaha.
Ando com nenhuma vontade de me rir. Garanto. Cheguei aqui passei no link li os comentários e soltei a gargalhada que se lê acima.
Perdoe se não escrevo "genial" "excelente como sempre" e outras coisas costumeiras em blogs.
Por não saber dizer coisas tão certas são mais as vezes em que não comento. Hoje ri. Com gosto.
Obrigada. :)
Não há morte
nem princípio
Pois... Um fim é como um princípio. Se há um fim é porque existiu um princípio. E quando se começa é sempre no fim; se um fim acontece é sempre o início de outro algo que está lá para a frente.
Bjs
... essa do sol de pouca dura
é mesmo comigo? ou o pronunciar o fim
tenho a dizer q o fim será em 2012... aproximamo-nos de um buraco negro, ou velho? talvez velho e negro q nos vai sugar! quem diria... sao so mais uns aninhos ;)
Sempre digo: o fim aí está para quem não mais aqui está...
Saudades...
Mas será que aqui não estão "vários" fins?...a mim, parece-me
Mas como fins implicam sempre inicíos...acho eu
Então, seja lá o que for, ou não... que passe por essa tua "fantasia" digo-te que
"When is good, is really good..when is bad, is better than nothing"!!!!
Eu, que praticamente não dava erros de ortografia, começo a ficar baralhado.
Até quando, se nunca se sabe quando acaba a Crise...
nem quando começou...
Abraço
... como aquelas pessoas que dizem que vão fechar o Blog e que é o fim e tal e tal, e afinal nunca chega o fim...
Ou como o último livro do A.Lobo Antunes, que nunca é o último (e ainda bem) ou a última vinda a Portugal do Leonard Cohen (que afinal também não era). Isto a citar coisas boas, claro!
Legível,
Está bem visto e bem questionado, mas também é verdade que o letreiro fala em "próximo", e quem poderá dizer quando será esse "próximo"? Pois...
Só mais uma coisinha: Quando escreveste exactamente, não quererias ter escrito "exatamente"? :)
Um abraço.
Olá caro amigo. Eu adorei este texto, para ser franca! Não é que outros tantos dos seus não me agradem igualmente, mas vá-se lá saber porquê, adorei este! Recomendava-lhe, se não der muito trabalho, que passe pelo Arroz de Grelos, para ler um seu congénere acerca da crise e do seu fim, ou princípio interminável. Acho que lhe vai provocar umas boas gargalhadas. (Tem de o procurar, dado que já não é o post mais recente, ok?)
Quanto ao de cima, e do malfadado passeio de carro, que posso eu dizer a não ser que gostei dos nomes dos seus vizinhos?! eheheheh
bem haja. abraço forte. Com amizade. AZul.
www.arroz-de-grelos.blogspot.com
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