O CICLO DO CICLISMO
"... bom, sentada já ela está e há quanto tempo... mas em bicos dos pés. Do mal o menos: o seu rabo até se adapta bem ao meu selim e não é da clientela mais amiga das calorias, que esta semana já me calhou um que, mal me montou, o aro da roda de trás deixou de ser uma circunferência perfeita. Sim, que ele há cada utilizador do serviço que presto à comunidade... Mas com esta jovem -e dos nervos que a acometeram, fazendo-me estremecer o guiador, das duas uma: nunca experimentou o prazer supremo de pedalar num velocípede como eu e receia que o corpinho beije o asfalto quando deixar de ter os pés apoiados no chão, ou fica a fazer serão nesta posição até ao final deste texto. Não que me deite a adivinhar, mas quase aposto que lá bem no seu íntimo, já se arrependeu mil vezes de não ter comprado o título de transporte da Carris e que por esta altura já tivesse chegado a Belém. Pior ainda: começam os transeuntes a olhá-la com alguma surpresa, sorrisos mal-disfarçados e comentários jocosos como o daquele jovem casal que agora voltou as costas a estas linhas e a imaginou uma séria concorrente à estatuária da cidade, no geral, e à do Terreiro do Paço em particular ..."
2008. Texto e foto de Alberto Oliveira.
30 Comments:
Confidências de uma bicicleta.
Tenho curiosidade em saber a opinião dela quando se sentasse um legível no seu sensível selim falante.
Bisous
Ah, mas quando a jovem esbelta perder aquele receio inicial... que "frisson" inesquecível vai ser para ambos!
[hilariante, meu caro Legível (a frase dantes não era bem assim, pois não?)]
Permite-me discordar. ELA não está ainda sentada. A bike que se cuide quando o assentamento total acontecer. Levezinha, levezinha, mas cheia de genica. E se o casal já abandonou o local, perdeu porventura a melhor cena: uma bike a gritar "tirem-me daqui" (em italiano, presumo que será qualquer coisa como "lasciate me cavare...").
Um abração.
Muito mais aflições terá tido D. Duarte quando teve necessidade de escrever «A ARTE DE CALVAGAR EM TODA A SELA»
Agora, "riding" uma bicicleta, ora!
SHE CAN!
um abraço, Alberto.
e eis que surge uma nova centralidade na cidade: a da praça com a estátua do(a) ciclista, homenagem ao ritmo, à velocidade, às partidas, às chegadas...
Descobrir ainda é preciso???
empresta-me a bicicleta para ir também ver o Muñoz!
Uma estátua ao vivo e a cores, para não ficar muito igual à do Joaquim Agostinho...
:)))))))))))))))))
confesso....tenho alguma dificuldade em comentar estes textos....
leio gosto releio regosto.
rebeijo.
Sabe-se lá onde ela já ia, na sua imaginação. E então a bicicleta...
Bem ilustrada, a foto!
Abraços.
mas ainda bem que não é uma ciclista profissional. imagina o desgaste de tantos quilómetros!
com o quê nesses dois últimos posts as bicicletas assumem o pódio?!... num vislumbre ou eternizadas por tua pena (teclado é mais apropriado, pois).
um abraço fraterno.
Ao quarto solavanco, Bruna Vanessa começou a achar muito estranho o comportamento da bicicleta: se ela estava quieta, porque raio se mexia o velocípede, aos repelões, de quando em vez? Assustou-se com a explicação que encontrou. Um tremor de terra! Seria isso? Não. Pois mais nada se movia à sua volta. Talvez fosse o Metro de Barcelona, que passava uma linha por baixo dela. Sim, seria isso.
Confortava-se Bruna com a explicação, quando um trovão encheu as Ramblas, seguido do que pareceu ser um tiro de canhão. todos os corpos se detiveram e todas as cabeças se voltaram na direcção de uma mancha cor-de-limão que, fazendo um pião, surgiu de dentro de uma nuvem de borracha queimada. O vidro do automóvel desceu e uma voz cavernosa saiu na direcção de Bruna Vanessa: "chavala, larga a bicla e vem comigo até Lisboa; vamos para o texto de baixo acelerar na avenida".
Eu pedalo
tu pedalas
ela pedalará?
Coitadas das palmeiras ali tão apertadas! :)
Só tu :))
Beijinhos
Tu que és um cavalheiro, ajeita-lhe o selim, baixa-o um pouco, assim não dá... :-))
Abraço
de bicla é sempre melhor..
boa noite, Alberto
ela habitua-se, que isso de montar ou ser-se montada é tudo uma questão de hábito.
Alice
e agora até preciso de ajuda para a reflexão patrimonial ... podes emprestar-me, de novo, a bicicleta?
Vi logo que tinhas apanhado a Natalie... fugiu de casa e até hoje! Aposto que vai atrás da amiga, a Michelle.
Bjinhos
Vê
http://in-eo-loco.blogspot.com/
Que achas?
Vestem-se muitas peles mas a de uma bicicleta, que me lembre é a primeira vez que vejo ;)
Mas bem vestida, sim senhor!
Salvé Legível
Ela há cada uma?!
Voltando um pouco atrás, vejamos:
1º os rapazes passaram á velocidade da luz e nem se conseguiu distinguir a camisola amarela...
Agora outra bic?
Legível...por favor....há alguma coisa mal resolvida entre si e as bicicletas ou alguma parte delas. Não me diga que caiu tantas vezes que ficou com trauma... - tou a brincar...
Bom fim de semana e cuidado com as velocidades....mais a mais se chover?! - não vá derrapar.
Sorrisos....srsrrs
Mariz
ela até sabe,,, breve momento
de suspense, é o que é!
se cair, saberemos na próxima? :)
BEIJO
Quanta imaginação!!!
Gostei...tomarei a liberdade de ir passando pelo seu blog para ver as novidades
bom domingo
carla
http://www.arte-e-ponto.blogspt.com
Com tanta descontração nem ia em contra-relógio, se calhar ia começar a contagem de montanha!
:)
Já só faltam 75 (pedaladas)...
:-D
Deixo beijos que a osteoporose já não me permite desportos radicais :)
Queridíssimo escrivão,
tens que fazer uma lista dos personagens que animizas. É sério! É tão encantador e interessante e daria mesmo uma tese esse teu método lúdico de estabalecer jogos de linguagem que vão muito além do que sonhava o nosso velho-novo Wittegenstein. Se tiver tempo, qd entrar de férias me ocupo da tarefa. ALiás, em breve, elas virão, como o verão deste hemisfério.
Beijos e sorrisos,
ah! eu ando muito melhor...
abraço
Não sei o que me deu?! Foi coisa mais para os emprestados que para os dados, que Nosso Senhor joga a estes, e eu jogo àqueles na Caixa Geral de Depósitos com o aval sacrossanto do Governo, que eu cá me queixo, umas vezes do sacro, outras vezes do santo. Mas não sei mesmo o que me deu. Dei-me foi conta é de que estive cá, num daqueles impulsos automáticos de vir largar um anúncio, ou um aviso, aviso prévio ou prenúncio, tanto dá como faz que aqui não se dá nada e fazer é o menos possível, que o fazer incomoda e o não-fazer relaxa.
Mas com tantos pensamentos que se põem pelo meio, e que atravancam a memória de trabalho cuja capacidade não ultrapassa uns míseros megas, lá se vai a ideia do que ia para dizer.
Ah, sim! Dizia eu que tinha vindo aqui num impulso de compra automático e que, numa leitura subliminar do conteúdo das prateleiras, que às vezes chega a ser uma leitura sublime, me ficou o desejo a corroer a alma de retornar e fazer um comentário a qualquer coisa de lúbrico e indecoroso que a minha vista julgou ver.
E se não deu para reparares ainda, assevero-te que voltei aqui e cá estou de novo, novamente, desta feita para comentar à séria.
Salvo o comentário da "casa de passe", que me parece sério e profissional, quer o teu texto, quer a maioria dos comentários ocultam, vergonhosa e envergonhadamente, segundos e terceiros sentidos a roçarem a pornografia mais boçal e indecorosa o que me deixou profundamente chocado sabendo que estes locais são pasto da cobiça intelectual de adolescentes viciosos e imaturos a quem as glândulas lhes ensinaram a pensar mais com as gónadas do que com a cabeça, que, como se sabe, só tem aplicação prática no futebol.
Sendo assim, e como sou pessoa séria e recatada, avessa a desmandos de sentimento e despautérios de linguagem, quase que não me atrevo a comentar. É certo que a miúda é boazinha e que, crescendo, promete vir a ser boazona. Que tem um corpinho que é um regalo de encher o olho. E que está na idade de aprender a montar. E que após um trambolhão da bicicleta, ficando por baixo, terá a primeira experiência mística de ser montada. É uma criança já cheia de manhas que soube fazer olhinhos e catrapiscar o marmanjo da fotografia a que a mulher desviou o olhar dizendo-lhe "olha que bem ficava ali uma estátua!". E ele, apardalado, "qual estátua? O D. José a cavalo numa byke?" e a conversa do casalinho a fazer-se e a desfazer-se, ela sempre com o fio da meada a puxar-lhe o olhar para a outra ponta, que ponta era coisa que para ali abundava - digo este verbo em sentido vazio da substância que parece conter - abundava, existia em demasia, etc., na rigorosa acepção de um pensamento puro e liberto de maus pensamentos.
Já não digo nada das intenções sem adjectivo do "turista" que andava ali de máquina em riste a fotografar gajas, como a carrinha da câmara a arrebanhar na rua tudo o que é gato e cão tresmalhado.
Para rodrigo rodrigues ("perdido"):
Sendo este um espaço democrático e por isso aberto a todas as opiniões que claramente estejam de acordo com o ponto de vista do autor, o senhor RR aproveitou a época natalícia e a boa-vontade do administrador deste local, para destilar todo o fel e azedume que tem para com os velocípedes que possuem sentimentos e para com as raparigas de predicados acima da média que os montam.
Não contente com isso, zurziu forte e feio o "turista que fotografa gajas", comparando-o a uma vulgar carrinha da câmara que apanha desgraçados e desprevenidos canitos e miaus, quando na realidade, este exemplar cidadão que tem as quotas do Benfica em dia, dá religiosamente esmola ao pobrezinho do costume, leva a esposa ao Parque Mayer (a ver uma revista) pelo menos uma vez por ano, apenas se limita a contribuir cultural e desinteressadamente na divulgação de práticas desportivas (que só fazem bem à saúde) no caso vertente, desempenhadas por esbeltas figuras femininas.
O que dizer então do seu entretenimento favorito?!... o de fotografar a meia centena de azulejos do Mercado Municipal de Santarém?!
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