A ROTA DA SEDE
Sedento, mediu a distância a que se encontrava da lata de refrigerante e franzindo as penas pensou "Óptimo! para me dificultar ainda mais a vida o sujeito que me atirou para esta história pôe-me a raciocinar quando o que pretendo é apenas beber." Avançou mais dois passos curtos e saltitantes "Calma, não te atires à doida" reflectiu. "Se te foi dada a possibilidade de puxares pela cabeça, fá-lo. Imagina então que a lata está vazia. Ou que no seu interior se encontra um lagarto daqueles que se pelam por filar pelo bico tudo o que é ave. Mas se por acaso ainda houver algum líquido, tu nem sonhas os malefícios da sua composição. E não ficas saciado... " Recomeçou a marcha mas agora bem encostado à borda do rio não olhando sequer para a lata verde que antes o tinha desatinado. Depois, esvoaçou para a embarcação azul e nela partiu célere em busca de um lugar onde se pudesse dessedentar, longe de provocações visuais que lhe dessem cabo dos neurónios. Com a pressa, o pombo nem deu conta do zeloso guardador do pequeno barco -um enorme gato preto, que não perdeu tempo em lhe segurar uma asa enquanto lhe ciciava ao ouvido "Tenho-te cá uma sede..."
2008. Foto e texto de Alberto Oliveira.
28 Comments:
Deliciosa fábula, a começar pela ironia do título e a acabar no gozo da última frase - ainda por cima ciciada por um gato...:))
E assim morreu o pombo pela boca... ou pela sede...!
E no fim o gato cantou... "venham mais cinco, do branco ou tinto!"
lugar-um ( onde teu nome
es-talo
mantro
( pé de água flanco
- diz o gato
- diz o gato,
eleva ~
ndo
se
branca
mente
no ar
pálido
da
tarde
~
Sádico! :-))))
não tanto pela boca morre o peixe (embora seja uma máxima muito verdadeira), mas neste caso o pombo...
e as fotografias, onde as arranjas??? antes ou depois das histórias?
Que melhor pode casar com um jardim sem dono que uma marcha popular? :))
Deste-me sede.
De ir viajar e deixar os pombos entregues à bicharada.
Bjinhos
Perdoa-me o lapso amigo - perdoa! Ai que com fusão - fusão das trocas!
:-)
Abraços
tadito :(
quis ser cuidadoso e caiu na armadilha do gato. Sim! foste tu que trouxeste um gato manhoso para ali!!
LISBOA - PORTUGAL
Olá Legível!
Tal como tu, defendo o escrever, escrever, escrever, não dispensando por isso, o ler, ler, ler...
Cheguei a este blogue através de outros que costumo visitar e neles postar comentários. Cheguei, vi e… gostei. Está bem feito, está comunicativo, está agradável, está bonito – e está bem escrito. Esta é uma deformação profissional de um jornalista e dizem que escritor a caminho dos 67…, mas que continua bem-disposto, alegre, piadista, gozão, e – vivo. O meu primeiro nome é Henrique – e gosto dele. Podes tratar-me assim, que eu agradeço. E, já agora, sou do Partido Socialista e fui católico – mas… curei-me…
Só uma anotaçãozinha: Durante 16 anos trabalhei no Diário de Notícias, o mais importante de Portugal, onde cheguei a Chefe da Redacção – sem motivo justificativo… pelo menos que eu desse com isso… E acabo de publicar – vejam lá para o que me deu a «provecta» idade… - o me(a)u primeiro livro de ficção «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola (1966/68) em que, bem contra vontade, infelizmente participei como oficial miliciano.
Muito prazer me darás se quiseres visitar o meu blogue e nele deixar comentários. E enviar-me colaboração. Basta um imeile / imilio (criações minhas e preciosas…) e já está. E se o quiseres divulgar a Amiga(o)s, ainda melhor. Tanto o blogue, como o imeile, tá? Muito obrigado
www.travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com
Estou a implementar e desenvolver o projecto que tenho para o meu www.travessadoferreira.blogspot.com e que é conferir ao meu/vosso/NOSSO blogue a característica de PONTO DE ENCONTRO entre os Países fraternalmente ligados – Portugal e Brasil. E outros PALOP e etc…
Se me enviares o teu IMEILE, poderei enviar-te «coisas» que ache interessantes. Se, porém, não as quiseres, diz-me que eu paro logo. Sou muito bem-mandado (a minha mulher que o diga…) e muito obediente (cf. parênteses anterior). Abrações e queijinhos, convenientemente repartidos e distribuídos
– Desculpa por este comentário ser tão comprido e chato. Como a espada do D. Afonso Henriques…
- E, agora, uma publicidadezita, de que te peço desculpa antecipadamente. Já conheces o me(a)u «Morte na Picada» que acima menciono? Há quem diga que é muito bom. E até que é o melhor que se escreveu em Portugal sobre o tema. Dizem… Obviamente que não sou eu a dizê-lo… Só faltava… E também há quem tenha escrito que é SANGUE & SEXO… Malandrecos… Pelo sim, pelo não… compra-o. Não é um pedido, não é uma sugestão, não é um conselho. É uma ordem!.... hahahahahahahahahaha…
Depois de o leres, se, por singular acaso, tiveres gostado dele, terás de comprar muitíssimos mais exemplares. São excelentes prendas de aniversários, casamentos, divórcios, baptizados, e datas como Natais, Carnavais, Anos Novos, Páscoas, Pentecostes, vinte e cincos de Abris, cincos de Outubro, dezes de Junhos. Até para funerais. Oferecer o «Morte» na morte fica bem em qualquer velório que se preze. E, além disso, recomenda-o, publicita-o, propagandeia-o, impinge-o aos Amigos, conhecidos, desconhecidos & outros, SARL. Os euros estão tão raros e... caros...
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A editora da obra é a Via Occidentalis (occidentalis@netcabo.pt) cujo site é www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt. Neste blogue podem ser consultados mais dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. ATENÇÃO: Pode ser comprado pela Internet.
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NOTA IMPORTANTE: Este texto de apreciação e informação é similar em todos os casos em que o utilizo. Em muitos, com ligeiras alterações que o personalizam. Digo isto, para quem não surjam dúvidas ou suspeitas sobre a repetição em diferentes blogues. E para que ninguém se sinta ludibriado – ou ofendido… Há feitios que… Mas, sublinho, apenas o uso quando o entendo, isto é, quando gosto mesmo dos que visito. Nos outros onde também vou, se não gosto, saio sem comentários. Há muitos mais. Aqui na terrinha diz-se que «se não gostas, põe na beirinha do prato…»
"o gato distráido que deixou fugir o pombo"
espero bem que seja o título do próximo post, coitadinho do pombo...
e já agora, em sub-título "a derrota da sede".
obrigad
beijinho
leio sempre o que escreve como a metáfora maior dos dias.
da sede.
inteligência.
abraço.
Pois, o risco está sempre presente , não é?
Gostei!!
Feliz semana.
coitado do pombo que mesmo como uma mera personagem de segunda teve um fim trágico
Provado ficou que estamos num mundo sitiado.
...é por estas e por outras que agora não vêm ao caso, que eu nunca vejo o National Geographic...não há história de bichos sem uma cena de repasto...começam com umas imagens lindas,com bichinhos também lindos e encantadores e mal a gente se distrai...schlorf (gosto desta onomatopeia) já alguém está a ser deglutido sem dó nem piedade...é triste!
Amoroso, amoroso é o post que acabei de fazer.
Muitos cumprimentos.
Ai que fiquei com um aperto no coração. Então tu modificaste o dito "a curiosidade matou o gato" e sacrificaste o inocente passarinho que "andava piando, arrepiado, eis senão quando..."?
E num àparte: tu esticaste-te ao comprido no chão da rua para fazer o boneco? Se sim, muito se deve ter rido o passarinho :)))
Um abração, Amigo.
faria com a tua escrita uma outra rota, a da seda ...
Ora aqui está um vaticínio de muito mau agoiro: ponham-se a pau que há sempre um gato negro à coca de cada pomba que passa!
Credo, compadre! Lá se te estiolaram-te os miolos com a campanha desacartável da setúpe!
Olá Alberto
Está excelente.
Não é fácil mantermo-nos hidratados.
E realmente precisa muita paciência! -- Muita curiosidade alheia também.
Um abraço
O risco está presente em tudo o que fazemos, e se às vezes fazemos bem em reflectir, às vezes o pensar muito só nos impede de aproveitarmos a vida.
:D
bjitos
Se descobriste a minha pancada pelo James, és um rapaz mesmo, mesmo espertinho. Ainda só tinha percebido que eras apenas um rapaz esperto, vê lá.
Se queres discos perdidos, é só vires ao meu sítio e abrires a boca. Melhor... abrires a mão.
E traz as tuas latinhas que por aqui só se bebe do melhor tinto do Cartaxo.
Un bacio, amore.
Para patanisca:
Oh santa madre Teresa de Calcutá! para que quero eu um bacio?! o meu quarto está mobilado a preceito e não lhe falta qualquer apetrecho higiénico-sanitário. Até um copo de cristal chinês para mergulhar as dentuças que Deus não me deu, figura em lugar de destaque na mesinha de cabeceira do lado para onde durmo. Em cima da outra mesinha de cabeceira (o lado de onde tenho insónias) uma garrafa de bagaceira Ponte d`Amarante aguarda serventia.
Tu também és uma rapariga com muita piada e danada para a brincadeira.
risos & sorrisos.
risos.
HAHAHHAHAHAHA
QUERO UM BACIO
HAHAHHAHAHAHAHAA
E se um dia a cadeia alimetar se virar do avesso e ao pombo couber a sorte de um gato? :)))
Para vanda:
... nesse dia nem eu queria ser quem sou. Muitos animais me cairiam em cima...
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