DAR TEMPO AO TEMPO
Não se pode contrariar o destino. As coisas são como são, agora só há que olhar em frente ( felizmente Catarina não tem problemas visuais...) e a vida tem de continuar. É verdade que nestes últimos dias tem chorado como uma madalena, que o apetite é quase nada -uma sopa, peça de fruta e um chá, tem sido a base das suas mais recentes refeições e o sorriso que lhe enfeita permanentemente o rosto, desapareceu como por encanto.
Ontem, encontrei-a ao dobrar a esquina do prédio amarelo-torrado onde vive e trocámos meia dúzia de palavras mas sem as gargalhadas do costume. Porque a sei uma bloquista de primeira água, tentei animá-la, contando-lhe das declarações do Amaral que pela primeira vez critica abertamente o seu primeiro, mas-que-logo-a-seguir-desmente-tais-palavras e que pelo andar da carruagem...Tentativa baldada que só recolhi um encolher de ombros e um sumido "que se lixem todos!" que a sua dor ainda é imensa e sobreleva o universo mesquinho das politiquices deslavadas cá do burgo. E ao despedirmo-nos, testemunhei consternado a uma lágrima deslizar-lhe pela face pálida.
Há que dar tempo ao tempo, penso para comigo retomando o meu caminho. Sei da extremada afeição, do amor intenso que ela nutria pelo Zeca. Mas tenho a certeza que mais dia menos dia, Catarina irá encontrar um papagaio ainda mais simpático e falador que este que agora se finou. Quem sabe até, senão, um futuro parlamentar "verde" de raiva pelo "reduzido" vencimento em tempo de vacas magras...
Ontem, encontrei-a ao dobrar a esquina do prédio amarelo-torrado onde vive e trocámos meia dúzia de palavras mas sem as gargalhadas do costume. Porque a sei uma bloquista de primeira água, tentei animá-la, contando-lhe das declarações do Amaral que pela primeira vez critica abertamente o seu primeiro, mas-que-logo-a-seguir-desmente-tais-palavras e que pelo andar da carruagem...Tentativa baldada que só recolhi um encolher de ombros e um sumido "que se lixem todos!" que a sua dor ainda é imensa e sobreleva o universo mesquinho das politiquices deslavadas cá do burgo. E ao despedirmo-nos, testemunhei consternado a uma lágrima deslizar-lhe pela face pálida.
Há que dar tempo ao tempo, penso para comigo retomando o meu caminho. Sei da extremada afeição, do amor intenso que ela nutria pelo Zeca. Mas tenho a certeza que mais dia menos dia, Catarina irá encontrar um papagaio ainda mais simpático e falador que este que agora se finou. Quem sabe até, senão, um futuro parlamentar "verde" de raiva pelo "reduzido" vencimento em tempo de vacas magras...
8 Comments:
Venho retribuir a visita e já vi que este blog é novinho em folha... PARABÉNS!
vou voltar mais vezes!
beijinhos...
lol gostei :)
lê-se bem e tem humor.
Não, não te tramei,
que fui até honesto
e por Gardel te jurei
que o tango jamais tinha dançado.
que do caso o mais funesto,
foi aquele passo da perna ao lado.
Se puderes, dá-me o teu perdão
vou aprender a dançar seguramente
até de cansaço cair no chão,
e o que guardas tão ciosamente
eu tomarei com mil cuidados
para que se não parta...aos bocados
Adorei este poema...
Acho que vou dormir mais descansada. Nada que chegue a uma mente mais tranquilizada, embalada pela fluência, cadência e decência de um pedido de perdão... ainda que não se nos dirijam, as palavras do poeta são sempre apossadas pelos leitores, e eu, senti estas como minhas - pelo menos, assim gostaria de as ter recebido.
Tangos. Tangas. Whatever...
I rest my case ;)
Será pelo Zeca que dobram os sinos?
Para Joana:
Já foi, Joana, já foi. Para o mês que vem fica com cinco anos em cima do pelo...
Mas não me queixo que o teu ainda consegue ser mais velho...
Risos.
Para Andreia:
O tempo passou tão depressa que o teu sítio agora até mudou de cor: "rosa cueca"...
Para MJM:
Noutros tempos, com a visita papal, os perdões eram... matos.
Para Perdido:
Topa-se logo que finges não perceber que o Papa está por cá e que manda nos sinos.
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