Sunday, May 30, 2010

O COTOVELO DA DOR(ES)

Nunca se ouviu a Maria das Dores (apesar de uma vida a caminho dos médicos e hospitais) sentir dor de cotovelo por as suas amigas serem mais saudáveis do que ela... Uma coisa era certa: podia dar-se por muito feliz em relação à colunável Vénus de Milo.
2010. Texto de Alberto Oliveira.

Monday, May 24, 2010

O CU DE JUDAS

"Ainda vai ter de andar muito, vai. Mas ao chegar, verá que valeu a pena o sacrifício. O mural é uma obra-prima e, apesar dos tempos difíceis desta medonha crise, ainda não roubaram nenhum discípulo. Pelo menos nenhum se queixou. Nem o traidor e esse ainda teria menos razão para se queixar, porque quem tem cu tem medo."
2010. Alberto Oliveira.

Thursday, May 20, 2010

OS TOMATES DO PADRE INÁCIO

Contemplou a horta com nostalgia mas de alma plena da solidariedade cristã cumprida. Os tomates que plantara com tanto desvelo, tinha-os oferendado ao santo padre aquando da sua deslocação ao nosso país.
2010. Alberto Oliveira.

O BRAÇO LONGO DA LEI...

... foi decepado em horrendo acidente de trabalho. Exultam com a desgraça da senhora, aqueles que a ela não querem prestar contas. As manifestações de agrado, fizeram-se ouvir em muitos sectores da nossa sociedade.
2010. Alberto Oliveira.

Monday, May 17, 2010

A MÃO DE DEUS

Maradona não esteve muito tempo no altar mundial do futebol, que a glória no desporto é das mais efémeras que se conhecem. Desceu à terra com o apoio da Air Cocaína, uma mão atrás e outra à frente. Mas os argentinos continuam a acreditar em milagres... manuais, que do Rui Santos e das tecnologias no pontapé na bola nem querem ouvir falar. E em tangos. Dançados com o coração.
2010. Alberto Oliveira.

Sunday, May 16, 2010

A PERNA DE JULIETA

O balcão não permitia a sua visão. Romeu não descansou e declamou enquanto não a viu. A uma e à outra. Que Julieta não era perneta.

2010. Alberto Oliveira.

Friday, May 14, 2010

O CALCANHAR DE AQUILES

É um homem que não olha a meios para conseguir os seus fins. Mas de memória curta: não se lembra como é que começou esta sua maneira de ver as coisas.

2010. Alberto Oliveira.

Saturday, May 01, 2010

POR UM PUNHADO DE EUROS

















Apesar da fama que o procedia documentada em tudo que era media em ânsias por vender notícias, João Snail sabia bem das dificuldades que teria de enfrentar para atingir os seus fins, na pessoa de Bernardino Hope. Este, virtuoso da profissão para a qual nascera, de técnica apuradíssima - que apenas teria comparação possível com a do autor destas linhas - raramente se deixava enredar nas malhas tecidas por quem faz da vida a desgraça dos outros. Mas a paciência de João foi premiada quando ela se começava a esgotar e no preciso momento em que Hope, empolgado, fez a transição para um hip, no aclamado e panfletário "vozes dos sem voz". Utilizando a velocidade de ponta destes conhecidos gastrópodes, rastejou desde a porta da loja de modas do lugarejo até às partes-baixas da imagem acima visível e, com o apoio precioso das suas antenas verde-alface, atingiu a carteira do nosso rapper, subtraindo-lhe uma bela maquia em notas marcadas com um "ponto de não retorno". Hope, afirmou a quem o quis ouvir (eu fui um deles, daí esta crónica do quotidiano real) que "A partir de hoje, deixarei de comer caracóis. E eles a mim... " Dito isto, desandou deste texto, fez uma festa nos cabelos da menina do texto anterior e perdeu-se no horizonte da escrita.

2010. Texto e foto de Alberto Oliveira.