Monday, October 31, 2005

A CAÇA às BRUXAS




O meu gosto pelos animais é proverbial e os que não sabiam de tais afectos, a partir deste momento ficam a reter mais um detalhe dos meus gostos privados. Isso não os aquenta nem arrefenta?! óptimo! Prossigamos então. Quando me refiro a animais, estou a falar dos irracionais e daqueles que são também conhecidos por animais de estimação. Desde que me conheço e até aos dias de hoje, os mais diversos animais domésticos, têm-me feito inestimável companhia e deles tenho até retirado ensinamentos. Todos, à excepção de um gato siamês excepcional e sexualmente activo, que se finou debaixo do rodado de um camião-cisterna de leite condensado quando perseguia uma fêmea, morreram de velhice. Ah! e um piriquito azul-marinho que adorava banhar-se; um belo dia apeteceu-lhe refrescar as patas na água da sanita. Eu que passava ocasionalmente por ali, sem óculos, pareceu-me ver qualquer coisa a boiar e... lá foi uma descarga no autoclismo e o pobre do bicho pelo cano abaixo...

Cães, peixes, uma iguana (que troquei por um lagarto XXL e que morreu no início deste ano, de tristeza que desconheço a causa), uma tartaruga -herança de família (já veio pelo menos dos meus avós) e que me olha como que a querer dizer com os olhos «aqui está mais um que vai marchar à minha frente...». Enfim, um cortejo infindável de simpáticos companheiros de rota.

Todos, de uma forma ou de outra, temos acompanhado a evolução da famigerada pandemia ?! da "gripe das aves" . Uma grande parte da comunicação social ao noticiar o assunto com exagerado dramatismo, tem conseguido fomentar em algumas mentes menos estruturadas, acções descontroladas e lesivas dos interesses dos animais com penas em particular e do cidadão comum em geral. Hoje, pela manhã, o meu vizinho Arnaldo bateu-me à porta e perguntou «O vizinho tem alguma ave em casa?». Respondi-lhe com outra questão «E se tiver, qual é o seu interesse nesse meu pertence?!». Replicou que «Sabe que é preciso cuidado; temos crianças e idosos no prédio. São os primeiros a serem ... ». Fechei-lhe a porta nas ventas, fui à sala e disse ao meu galo Demóstenes «Estás desgraçado amigo! A vizinhança já te tem debaixo d´olho. Como é que preferes? Seres cruxificado pela multidão em fúria ou acabares gloriosamente no tacho num arroz de cabidela?»

Imagem de: Alberto Oliveira

Thursday, October 27, 2005

A BANDEIRA




Foi num dos últimos fins-de-semana deste pretérito verão, tão intenso que chegou a entrar pelo outono adentro e de que a minha memória há muito não tinha lembrança -se é que a minha memória se recordará dos dias quentes de igual estação na década de noventa...

Era domingo e lisboa. Cidade desolada de gente, despida de veículos e de estabelecimentos encerrados. Do cais do sodré à baixa é um pulo, mas arrependo-me mil vezes da iniciativa, pois apesar do tejo bordejar a avenida paralela à rua do arsenal -onde agora caminho, a camisa já se me cola ao corpo.

Quando chego à praça do município, apenas referencio à minha frente em passo lento, um homem curvado, trajando de negro e de chapéu. Ao atingir o centro da praça, estacou, erguendo a cabeça para o topo do edifício dos paços do concelho onde adejava a bandeira, descobriu-se e fez uma breve saudação.

Ao ultrapassá-lo -já ele tinha reiniciado a marcha vagarosa, olhei-o apenas com curiosidade ; nas minhas costas, ficaram as palavras pronunciadas com alguma dificuldade, mas firmes «O que foi?! Está admirado? Nunca tinha visto um republicano convicto?!»

Foto de: Alberto Oliveira

Tuesday, October 25, 2005

Á BEIRA do ABISMO

Tenho um receio danado das alturas. Tal como dizia o outro, não é medo, é receio; que para mim ainda é pior. É aliás minha, a frase, "Não tenho medo de nada embora receie muita coisa..." . Devo confessar-vos que é um temor que me acompanha desde garoto e deve estar sustentado num qualquer motivo que me escapa a memórias mais recuadas. Sei, isso sim, que a primeira vez que subi a um décimo quinto andar e me aproximei de uma janela fiquei logo nauseado. Quando os meus pais me levavam ao circo, os meus olhos seriam decerto os únicos que não se elevavam aos ares para apreciar as proezas dos trapezistas... embora soubesse que uns metros acima do solo, uma rede lhes ampararia uma eventual queda. Até aos dias de hoje, nunca residi acima de um primeiro andar. As camas onde tenho dormido são o mais rente ao chão possível e nunca por nunca, me empoleiro naqueles bancos das cervejarias junto aos balcão, onde os nossos pés ficam a cerca de meio metro acima do chão. E por fim, o maldito sonho recorrente da quase queda à beira de um abismo... e o acordar assustador de quem esteve mesmo a despedaçar-se lá em baixo. Nos primeiros tempos desse sonho e enquanto não interiorizei que não passava mesmo de um sonho cheguei a dormir de paraquedas, tal era o receio. O psicólogo que me tentou apoiar foi um desastre; vim a saber pela empregada, ao fim de dois meses de sessões, que o seu hobby era fazer salto em altura.
Mas nem tudo são más notícias. Tenho a sorte de medir um metro e quarenta e oito centímetros.

Saturday, October 22, 2005

ROTEIRO

É ao chegares antes de partir
que te descubro mais
cada vez mais;
em ti há sempre algo a descobrir
(é esse o teu segredo ou coisa tua)
que me seduz apaixona e me anima.
Quando do outro lado da rua
rodopias sobre ti mesma
para mostrares, feminina,
a última roupa que compraste
ou na passada leve de cetim
que pisa as irregulares pedras do passeio
e que te trazem até mim.
Aproximas-te e revelas-te sem receio,
sorris sem do futuro receares
(que se perfila inquietante);
e tu cada vez mais próxima
e eu...menos distante.

A tua fome de viver é tão presente
que ao caminhares ao meu encontro
já a pressinto já se sente.

E eu viajo-me em ti.


De: Legível

Wednesday, October 19, 2005

A CONFISSÃO

Admito, porque me considero pessoa com as mangas do casaco vazias de truques, que me é extremamente doloroso confessar algo que tenha cometido (ou apenas congeminado... que é igualmente grave), de pecaminoso e que de tal sorte, tenha prejudicado alguém. Na verdade, não é fácil dizer de viva voz, errei!. É bem mais cómodo esquadrinhar armários e gavetas em busca de alibis as mais das vezes inconsistentes, mas que, com um vocábulo pomposo ali, uma frase oca de sentido, mas de belo efeito literário acolá, surtam o efeito desejado; ou seja: obstáculo inibidor ultrapassado. Ou então, copiar exemplos (e deles estamos empanturrados até ao cocuruto!), de onde o exemplo moral e cívico devia ser a palavra de ordem. Daí, das notáveis e públicas figuras aos insígnes e ilustres figurões, não faltam argumentos para afirmar convicta e solenemente, por exemplo: «Não errei. A conjuntura actual é que não me foi favorável
Não é fácil, mas mais difícil, foi chegar até este parágrafo. Agora já não há retrocesso possível. Assumo e lamento publicamente, que hoje de manhã ao aceder ao pedido de mostrar o meu título de transporte ao funcionário da CP (que eu sei ter um problema de visão), lhe tenha exibido o cartão de contribuinte e ele me tenha agradecido e desejado uma boa viagem.

Sunday, October 16, 2005

REGRESSO ao PASSADO

«Desculpa-me... mas tu! por aqui?! Posso sentar-me, não é verdade? Ou estás à espera de alguém?. Não; óptimo. Óh pá! Há quanto tempo não nos víamos. Vai para uns quinze anos, não?! Ou mais... Tu estás na mesma, o tempo parece que não passa por ti sempre com essa cara de puto. Mas já tens aí uns cabelos brancos... Como as coisas são; o mês passado desloquei-me a Mangualde para uma reunião com uns clientes do banco e quem é que lá encontro? O Tó Miguel! Tinha ido ao funeral do pai de um dos seus sócios da firma de advogados e... esse encolher de ombros quer dizer que não sabes quem é o Tó Miguel?! Não me digas que já não te lembras das noitadas que fizemos com o gajo? É verdade que ele apareceu no grupo mais tarde, mas com os diabos!! Ainda convivemos uns anos... ele até me perguntou por ti, que ainda lhe telefonaste uma ou duas vezes pelo Natal, mas depois... e como perdeu o teu contacto... Estava com a mulher, a Helena. É professora universitária, na Nova, mas disso deves lembrar-te. Continua linda a gaja e quando se falou em ti, notei-lhe um brilhozinho nos olhos, mas conteve-se. Vocês estiveram quase a chegar a vias de facto , mas tu não estavas para aí virado... e por falar nisso : a Flora como está? E os miudos? Já devem estar enormes, não? E o teu atelier de arquitectura? Vá lá, conta-me tudo! Ainda queres fazer mudar o mundo ou já te passou a utopia? Ainda me lembro da tua defesa de tese: casas para os desabrigados, inseridas nos bairros mais in da capital! Só de ti! E naquele dia em que... »
«Só um momento, por favor!! Então é assim: tu podes conhecer desde sempre, esse gajo de que falas; mais o tal Tó Miguel e a mulher Helena da Nova. E ainda a Flora que dizes ter casado comigo. Mas não casou!! Porque eu casei-me há dois anos com a Rita, ainda não tenho filhos , trabalho numa multinacional farmacêutica e não te conheço nem mais gordo nem mais magro de lado algum! Percebido?!»
«Acho que já apanhei a situação ; neste meio tempo, tiveste algum contratempo sério nos negócios e foste obrigado a fazer a figura de arrependido para te safares e porque havia peixe mais grosso no assunto. Agora reparo com mais atenção; o teu nariz não era tão pequeno como esse que tens . Os teus olhos eram castanhos e agora são azuis. Detestavas usar gravata e estás com esse enorme bacalhau ao peito. Está descansado; eu faço de conta que não te vi.»

Thursday, October 13, 2005

O ÚLTIMO RECURSO

A sala de espera era igual a tantas outras salas de espera. Acanhada e com o espaço literalmente preenchido com cadeiras, à excepção de uma pequena mesa circular, próxima de uma das duas janelas. Na mesa, empilhava-se um molho de revistas que pelo aspecto, deviam ter sido folheadas milhares de vezes por centenas e centenas de mãos e da sua actualidade, voltar meia-dúzia de meses atrás no tempo do calendário não chegariam. Em ambas as janelas, um letreiro a informar que "Por favor não abrir. Temos ar condicionado". Se tinham, não se dava por tal, que o ambiente estava irrespirável.
A atenção das pessoas centrava-se num aparelho de televisão sob uma base colocada na parede e quase a roçar o tecto. Manuela Moura Guedes noticiava decerto porque os seus lábios (e a boca...) movimentavam-se; mas não se ouvia, porque as vozes dos pacientes-em-espera superavam o som televisivo. «Maria Filomena Santos. Sala número três!». A chamada em tom áspero, partiu de um micro instalado na parede do lado onde eu me encontrava sentado. Uma mulher possante e de seios enormes, levantou-se com alguma dificuldade e dirigiu-se para o corredor que dava acesso a cinco portas com outros tantos números.
O homem que estava na cadeira ao lado da minha perguntou-me «O senhor desculpe; por acaso é para a doutora Fernanda?». respondi-lhe que sim, que por acaso era. E ele tornou «Desculpe uma vez mais; e qual é o seu número?». Pacientemente disse-lhe que era o treze. E abri o jornal como que a dizer-lhe "não quero conversar, que quando te voltas para mim tresandas a azedo". Mas ele não desarmou. «Eu só posso dizer bem dela; tem-me tratado muito bem e se a minha saúde não anda melhor, devo-o à minha cabeça. Que a doutora Fernanda até bons conselhos me dá!» . Fui salvo pela voz no micro, que me chamou.
Era uma mulher de meia idade. Com um sorriso que se pretendia simpático, estendeu-me a mão e pediu-me para me sentar. «Então conte-me lá o que o aflige, senhor...Legível». »Uma dor insuportável no peito; aqui, do lado do coração» , lamentei-me. «Mas pelo que vejo a relação já terminou há um tempo largo. E... voltou a casar! O senhor não está bem!». O sorriso tinha-se evaporado do seu rosto que se fixava agora, inexpressivo, na bola de cristal à sua frente.

Monday, October 10, 2005

O FRANGO e a FACA

Ela olhou-o surpreendida e temerosa. Não lhe reconhecia o semblante; o rictus facial alterava-lhe a boca de modo desconforme e os olhos de dilatados pareciam querer explodir. Quando ele avançou, ameaçador, deslocou-se para o outro topo da mesa e a mão direita agarrou instintivamente e com força a faca que tinha servido para trinchar o frango de uma almoço definitivamente estragado. «Eu já andava desconfiado que alguma coisa se estava a passar contigo e com aquele tipo! E agora a confissão!!» , gritou ele, rodeando também a mesa procurando alcançá-la. «Fui sincera contigo! ou preferias não saber?!» falou ela numa voz entrecortada por soluços e que já dificilmente se entendia. Num salto de animal ferido, ele alcançou-a e as suas mãos apertaram tenazmente o pescoço da mulher. Aterrada, reuniu todas as suas forças e num movimento rápido, dirigiu a faca ao peito do marido.
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«Corta!» ordenou, erguendo-se, o sujeito calvo que tinha estado sentado numa cadeira que nas costas tinha a inscrita a palavra Realizador. «Roberta, o modo como seguras na faca em direcção ao Rodrigo é de que vais barrá-lo com manteiga! Por favor!! Já todos tomámos o pequeno-almoço! Acção!!»

Thursday, October 06, 2005

O ASSUNTO

Vocês talvez não acreditem, mas há cerca de vinte minutos que tenho estado a olhar para o espaço em branco do monitor que aqui tenho à minha frente e não me decido a escrever seja o que fôr. Não porque se tenha esvaecido a vontade de tal ou porque neste espaço de tempo que mediou entre as últimas palavras aqui deixadas e este momento, ou nada de relevante tenha acontecido, digno de ser mencionado por este vosso cronista de quotidianos normalmente fundados em sonhos recriados e pesadelos nado-mortos...
As palavras, se não virem a luz do dia agora, sairão cá para fora mais logo, ao anoitecer. Para meu repetido prazer, para o sorriso de alguns, o oh! de espanto de poucos, o desencanto de tantos e o desconhecimento da maioria. Sim, que tenho a convicção plena que agradar a gregos e troianos é tarefa ingrata, exige muito jogo de cintura e muito francamente não ginastiquei o físico a pensar em tais malabarismos e este blog não é, nem nunca pretenderá ser um espaço de referência, logo, definitivamente arredado de lutas intestinas por milhares de comentários e visitas e outras tragédias de se lhe tirar o chapéu...
O mundo também não parou. Se é verdade que em Portugal se fez feriado (por uma causa que também é minha), em todo o globo nasceram milhares de pessoas e outras tantas despediram-se da sua passagem pela Terra; umas de morte-macaca outras da forma mais natural possível . Viver neste país com alguma dignidade, é cada vez mais caro para a maioria e extremamente fácil para uns quantos. As eleições autárquicas confundem-se com as presidenciais mas que importa isso se a primeira liga de futebol está no auge?
Vamos lá então ao post do dia...

Tuesday, October 04, 2005

CANTAR a INCERTEZA

O apresentador anunciou-lhe o nome «Tenho o grato prazer de vos apresentar em estreia absoluta nesta magnífica cidade, finalizando uma apoteótica digressão pelo norte do país, uma grande -senão a maior, voz da nossa música: Fernaaaaaando Cuuuunhaaaaaa!
Saiu da penumbra da lateral esquerda do palco, dirigindo-se lentamente para o seu centro, ao encontro dos aplausos e dos gritos entoando o seu nome. Não caminhava; serpenteava , ganhando tempo, mais aplausos e gritos delirantes. O holofote circular de luz branca, acompanhou-o neste percurso ensaiado e repetido mil vezes, marcando-lhe o território e tornando-o um alvo apetecível especialmente para o elemento feminino. Fernando sabia-o e isso incutia-lhe segurança, apesar de não conseguir distinguir claramente as feições de quem se encontrava nas primeiras filas. O apresentador cumprimentou-o brevemente e afastou-se de cena.
Fernando relanceou um olhar pela sala; um olhar que pretendia representar não apenas o cantor do amor mas também o do homem que vivenciava o amor. Depois, retirou o micro do suporte; a plateia emudeceu. Atrás de si, a orquestra atacou as primeiras notas da canção e irrompeu outra ovação; desta vez mais curta. A voz de Fernando colou-se à música e cantou
Meu amor, meu amooooor
minha doooooce lembrança
não sei s é do calooooor
mas cheira-me a dançaaaaa!
E eu tenho a certeeeeeeza
que
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O toque do telemóvel tirou-o da abstração. «Sim, estou...» . Do outro lado uma voz perguntou «Estou a falar com o senhor Fernando? O canalizador?». Pensou duas vezes e respondeu «Não...Não tenho a certeza...».

Saturday, October 01, 2005

FÁBULA MISTA sem MANTEIGA

Era uma vez o meu dono (assim se imaginava ele...). Mal se tinham começado a ouvir os primeiros ruidos dos carros na rua, tirou-me cuidadosamente do pêlo do cão -este sim, escravo e lacaio assumido e me informou sorrindo simpáticamente «Hoje, vou fazer-te uma bela surpresa; prepara-te que vamos sair!». Porque já sei o que a casa gasta , devo pô-los ao corrente que sorriso simpático + prepara-te! significa ordeno-te! . Às nove, introduziu-me naquela caixa de fósforos com buraquinhos minúsculos (não fosse dar-me o trangolamango) , que tresanda a bafio e que pelo design deve ter sido usada pelo avô do seu trisavô.
Por volta das dez, eis-nos a entrar no estabelecimento de pronto-a-vestir masculino do conceituado e finérrimo Prosa & Ameixoeira . O meu dono (pensava ele...) de imediato chamou pelo gerente. Este, ao surgir dos fundos curvou a marreca (sinal de outros tempos) e inquiriu «Vosselência... o que deseja desta sua humilde casa?». Altivo, mas de sorriso condescendente (aquele que se usa para a arraia miuda em tempo de vacas gordas e magras), ordenou: «Quero um fato de boa fazenda e de corte actual aqui para a minha pulga-macho».
Ia-me caindo tudo mas mesmo tudo , aos pés. Então não é que o sacana deste meu dono (convencia-se ele...), tem a distinta lata de me querer ver enjorcado da cabeça aos pés?! E sem antes, ter a amabilidade de me perguntar se eu gostava, sabendo que sou um acérrimo defensor -e praticante, do naturismo?!. O meu dono (como estava equivocado...), perdeu o pé de vez; porque de quando em quando lhe animo os dias cinzentos com umas quantas habilidades e palhaçadas de pulga-macho bem disposta com a vida, imagina que isso lhe dá o direito de me ter na mão ; de lhe dizer tudo o que me vai na alma ou de me vestir o corpo segundo os seus padrões. Ele pode perceber de cães; de pulgas-macho não. O meu dono nunca o foi; e se o pensou, era uma vez.